Politica

Ruralistas e ambientalistas usam o futebol para fazer campanhas

postado em 09/07/2012 15:37
Em meio à disputa sobre a votação da Medida Provisória (MP) 571, que altera o novo Código Florestal (Lei 12.651), ambientalistas e ruralistas recorrem ao esporte mais popular no Brasil para promover campanhas contra danos ao meio ambiente e a favor do agronegócio, respectivamente.

O futebol é mote para as mobilizações do Comitê Brasil em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável, composto por 200 entidades, com a Campanha Floresta Faz a Diferença. Também é o recurso da campanha Time Agro Brasil que a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) inicia para ;consolidar a imagem do agronegócio sustentável brasileiro no país e no exterior;, segundo o site da entidade.

No site do comitê, ambientalistas alertam que ;é hora de apitar; e que após a aprovação do Código Florestal ;o jogo não acabou; e sugere ;cartão vermelho; a cerca de 30 parlamentares que ;apresentaram mais emendas contra o meio ambiente; na tramitação da MP 571.

;O jogo ainda não acabou;, disse o especialista em Políticas Públicas do WWF-Brasil, Kenzo Jucá Ferreira, em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional. ;Ainda está transitando uma MP, o que seria uma prorrogação da partida após três anos de tramitação;, explicou com mais uma metáfora futebolística.

Antes do adiamento da votação (ocorrido por causa da Frente Parlamentar da Agropecuária), os ambientalistas alertavam que a MP poderia ser votada amanhã, quando a CNA, junto com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), pretende pôr em campo a sua campanha que tem o ex-jogador Pelé como garoto-propaganda.

[SAIBAMAIS]Conforme os ruralistas, a campanha será realizada até 2014, o ano da Copa do Mundo, e deverá ;divulgar as práticas sustentáveis adotadas pelos produtores rurais brasileiros, além de outras iniciativas que assegurem a boa qualidade do produto nacional;.



Para a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a lei sancionada e a MP proposta somam ;poucos ganhos e muitas perdas; para todos os lados. ;Perdeu a sociedade brasileira com uma lei pouco clara e indulgente. Perdeu o meio ambiente. Perdeu a agricultura brasileira;, protestaram em nota os cientistas após a sanção do código e o envio da medida provisória.

Após os embates entre ambientalistas e ruralistas, dentro do governo e no Congresso, a SBPC avalia que ;o Brasil continua precisando de um moderno e mais completo Código Florestal (...) não está funcional, com muitas lacunas e imprecisões, gerando séria insegurança jurídica, sem oferecer a necessária sustentabilidade ambiental, o que afinal também compromete o agronegócio; e ;a MP 571, para ser responsavelmente aprovada, ainda requer importantes modificações e aperfeiçoamentos;.

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