postado em 16/08/2012 07:19
Roseli Pantoja da Silva virou exemplo. Chegou à CPI do Cachoeira na condição de empresária milionária, dona da Construtora Alberto & Pantoja, e saiu de lá como uma cidadã brasileira pobre, que teve o nome usado de forma criminosa pela Delta, empreiteira investigada por montar um esquema de empresas fantasmas para lavar dinheiro e financiar campanhas políticas. Ela, que é dona apenas de uma banca na Feira de Importados, foi de ônibus para o Senado e, sem nenhum advogado ou assessor, sentou-se na bancada diante de 23 parlamentares e não deixou de responder a nenhuma pergunta. Envergonhou políticos, empresários e funcionários públicos que, escorados em habeas corpus, se calaram. Antes mesmo de Roseli acabar o relato, vários integrantes da comissão declararam que a CPI do Cachoeira havia morrido naquele momento. ;A partir de agora, esta é a CPI da Delta. A CPI do Cachoeira acabou;, concluiu o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ).
Tranquila e bastante segura nas respostas, ela revelou, logo no início do depoimento, que só ficou sabendo pela internet que era dona de uma empresa de engenharia que, nos últimos anos, recebeu R$ 27,7 milhões da Delta. ;Pelo que li na internet, sou dona da Alberto & Pantoja. No entanto, meu nome é Roseli com i e não com y;, disse a comerciante. Constrangido, o relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), perguntou o número do CPF dela. Ao responder, o deputado verificou que não batia com o número que estava em suas mãos. Por um momento, os integrantes chegaram a pensar que tinham convocado a Roseli errada.