Paulo de Tarso Lyra
postado em 19/08/2012 07:59
A presidente Dilma Rousseff está cada vez mais à vontade na cadeira presidencial para imprimir um ritmo próprio no governo, escapando da asa de seu mentor político, Luiz Inácio Lula da Silva, e da vigília ideológica de seu partido, o PT. O pacote de concessões de estradas e ferrovias anunciado na semana que passou é apenas um dos exemplos do distanciamento gerencial imposto pela presidente em relação ao seu antecessor. ;Sentou naquela cadeira, é prestar contas para a sociedade, não para o PT ou para Lula;, disse ao Correio um petista que integra a ala dilmista.
Não são poucos os pontos de divergências entre ambos. Cercada por ruidosos sindicalistas que comandam a maior greve do funcionalismo público em muitos anos, Dilma demonstra pouca paciência para uma conversa com os representantes dos trabalhadores, algo que sempre dava prazer em Lula, ele próprio oriundo desse meio. ;Se dependesse da presidente, ela não daria reajuste para ninguém. Na cabeça dela, servidor público tem que ser premiado pela meritocracia, não por regras anacrônicas como tempo de serviço e aposentadoria integral;, declarou um interlocutor da presidente.