Politica

Procuradores que investigaram o bicheiro Cachoeira depõem na CPI

postado em 21/08/2012 11:22


Os procuradores Léa Batista de Oliveira e Daniel Rezende Salgado prestam depoimento, na manhã desta terça-feira (21/8), na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) Mista do Cachoeira. Eles atuaram nas operações da Polícia Federal que resultaram na prisão do contraventor.

Daniel Rezende foi o primeiro a ser ouvido. Segundo ele, o trabalho do Estado contra o jogo ilegal é apenas "paliativo", sendo necessário sufocar a atividade no país. "Não temos um trabalho coordenado, linear. O que o estado faz é um trabalho meramente paliativo. Você fecha uma casa de jogos e ela logo migra para outra cidade". Na fala inicial, Rezende revelou detalhes da investigação feita pela PF.

A procuradora Léa Batista detalhou a participação de policiais de Goiás no esquema investigado pela Operação Monte Carlo. Segundo ela, a ação conseguiu desarticular uma "máfia bem organizada, mais lucrativa que uma grande empresa". Revelou ter recebido dois e-mails com intimidações e ameaças contra ela e a família. "Os dois e-mails já foram identificados e saíram da cidade de Anápolis, que é o reduto da família Cachoeira e da organização criminosa".



Delta

Sobre as relações do bicheiro com a empresa Delta, Rezende lamentou que a procuradoria não conseguiu aprofundar a investigações, mas "sabiam da relação entre Cachoeira e Cláudio Abreu". Segundo ele, havia movimentação financeira partindo da Delta para algumas empresas "laranjas" e vice-versa. "Mas isso a gente precisa confirmar. Não posso chegar e colocar para os senhores uma percepção que está na fase inicial ainda". A procuradora Léa ressaltou também a falta de estrutura para a investigação da PF, que contava apenas com quatro agentes e um delegado. "Esse resultado é um sacrifício deles, um esforço para produzir alguma coisa. Mas ainda há muita coisa que não foi feita e precisa ser".

Entenda o caso

A comissão investiga a denúncia das relações do empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com políticos, servidores públicos e empresários. O contraventor foi preso no dia 29 de fevereiro, durante a Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, que desarticulou uma organização criminosa que explorava máquinas de caça-níqueis em Goiás.

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