O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Francisco Falcão, que assumiu na manhã desta quinta-feira (6/9) o cargo de corregedor nacional do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), promete manter a linha de atuação de sua antecessora, a ministra Eliana Calmon, que encerrou o mandato no posto dessa quarta-feira (5/9).
Para Falcão, as funções desempenhadas pelo conselho são irreversíveis e o ;estilo; de Calmon, embora diferente do seu, deu certo. ;Meu trabalho será todo direcionado a resgatar e manter a boa imagem do Poder Judiciário. Temos que tirar as maçãs podres, que infelizmente, existem no Poder Judiciário, os maus juízes que não trabalham e aqueles que se desviam do comportamento ético e moral;, disse Falcão, antes da cerimônia de posse.
Perguntado se assim como sua antecessora, não evitará polêmicas, Falcão destacou ter um estilo mais conciliador. ;O trabalho da ministra Eliana Calmon será mantido integralmente, mas de forma diferente, porque cada um tem seu estilo. Vou procurar trabalhar em harmonia com as instituições, com o Supremo Tribunal Federal, que está acima do conselho. Evidentemente que esta parceria não tirará a independência do corregedor;, disse Falcão, que já havia dito pretender cumprir sua ;missão; com humildade e discrição. ;Quem estiver pensando que a saída da ministra Eliana Calmon vai modificar algo está completamente enganado;, concluiu o ministro, ao ser perguntado sobre a continuidade das investigações das denúncias de evolução suspeita do patrimônio de servidores da Justiça.
[SAIBAMAIS] Falcão garantiu que não vai quebrar o sigilo de magistrados sem autorizações judiciais e apontou a necessidade de que os salários dos servidores sejam corrigidos, pois, segundo ele, estão defasados. Nascido em Recife, Francisco Cândido de Melo Falcão Neto, 60 anos, é ministro do Superior Tribunal de Justiça desde junho de 1999. Foi corregedor-geral da Justiça Federal entre 2009 e 2011 e presidente do Tribunal Regional Federal da 5; Região entre 1997 e 1999. Ficará no cargo de corregedor nacional de Justiça pelos próximos dois anos. O CNJ fiscaliza a conduta de membros do Poder Judiciário.