As 11 empreiteiras procuradas pelo ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) Luiz Antônio Pagot, que já tinham contratos assinados com o órgão e fizeram doações para a campanha da presidente Dilma Rousseff após um pedido ;não ético; do ex-chefe da autarquia, receberam juntas, em 2011 e 2012, R$ 2 bilhões do governo federal. As empresas doaram R$ 9,6 milhões e depois enviaram o recibo a Pagot para comprovar a contribuição com a caixinha do partido. Seis delas passaram a engordar os cofres justamente a partir do primeiro ano do governo Dilma. Levantamento realizado pelo Correio aponta que quem doou mais recebeu mais.
A Construcap, que destinou R$ 2 milhões à campanha presidencial do PT, teve um aumento de 66% nos valores recebidos em relação ao biênio 2009/2010. Os repasses saltaram de R$ 166 milhões para R$ 276 milhões. Conforme dados do Siga Brasil, portal que registra todas as receitas e despesas do governo, a empreiteira mantém contrato exclusivamente com o órgão desde 2009. Não recebe um centavo de nenhuma outra pasta. O contrato mais volumoso, na ordem de R$ 326 milhões nos últimos quatro anos, é o da adequação do trecho rodoviário da BR-101, na divisa entre Santa Catarina e o Rio Grande do Sul.
Sentado diante dos parlamentares, na CPI do Cachoeira, Pagot deixou claro que o órgão foi usado como atalho para arrecadar os recursos. Assumiu que procurou as empresas após ser acionado pelo tesoureiro da campanha, deputado José Di Fillipi (PT-SP).