postado em 17/09/2012 06:03
Apesar de as atividades da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira estarem suspensas oficialmente até o primeiro turno das eleições, seus integrantes pretendem agir, ainda no início desta semana, para que os bens de parentes, empresas e laranjas ligados aos membros da organização criminosa do bicheiro sejam bloqueados. Reportagem do Correio publicada ontem revelou que José Olímpio de Queiroga Neto, um dos principais braços do esquema no Distrito Federal, preso pela Operação Monte Carlo em fevereiro, tenta vender o patrimônio da quadrilha às pressas, pela metade do preço de mercado, para voltar a ter recursos e, possivelmente, fugir do país. Queiroga está livre desde junho por força de um habeas corpus e atua para se livrar de imóveis comprados por meio de atividade ilícita nas regiões administrativas do DF e cidades do Entorno.
Na reportagem de domingo, o Correio relatou a ação de corretores para vender, por exemplo, um terreno em Santa Maria por R$ 1,5 milhão, já com alvará de construção e preço estimado de R$ 3 milhões. ;Tá mais barato porque o cara tá precisando de dinheiro, acabaram com a fonte de lucro dele;, contou um corretor, citando o comparsa de Cachoeira. O lote está em nome da MZ Construtora Ltda., apontada pela Polícia Federal como um canal para ;movimentar ou fazer trânsito do dinheiro arrecadado com os jogos de azar no interesse e na manutenção da estrutura criminosa organizada; e de propriedade de Diego Wanilton da Silva Queiroga e Fernanda da Silva Queiroga, filhos de José Olímpio de Queiroga Neto. ;Essa corrida para vender é um sintoma de que a parte financeira da organização está sendo estrangulada, ninguém vende um terreno pela metade do preço assim;, comenta o vice-presidente da CPI, deputado Paulo Teixeira (PT-SP).