Brasília - As negociações em torno da votação da Medida Provisória (MP) 571, do Código Florestal, avançaram durante reunião do presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-SP), e os líderes partidários. Segundo Maia, a bancada ruralista, que antes só aceitava votar o texto aprovado pela comissão especial com a garantia de que não haveria vetos, agora aceita votar a MP sem essa garantia.
De acordo com o presidente da Câmara, o impasse se dá agora entre governo e partidos da oposição, que anunciaram obstrução. ;O PSDB e o DEM ainda estão em obstrução, mas já há uma sinalização da bancada ruralista no sentido de votar. Houve uma decisão hoje pela manhã de se votar o texto aprovado pela comissão especial e depois continuar com o processo de negociação com a presidenta Dilma [Roussef];, disse Maia.
O vice-líder do DEM, deputado Ronaldo Caiado (GO), cobra do governo o cumprimento dos termos acertados durante a votação do parecer do senador Luiz Henrique (PMDB-SC), na comissão especial. ;Queremos cumprir o acordo. O que exigimos é que o governo cumpra a palavra de não vetar. O acordo foi produzido, está nas notas taquigráficas. É cobrança da palavra dada. A Casa só sobrevive respeitando acordo, que foi feito com anuência do governo;, declarou Caiado.
Já o líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), tentou sensibilizar os demais parlamentares ressaltando que se a medida provisória perder a validade, mais de 90% dos produtores serão prejudicados. ;Se não se votar essa medida provisória pelo menos 96% dos produtores rurais brasileiros ficarão prejudicados;, destacou o petista.
Assim como Marco Maia, Chinaglia disse que os parlamentares da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), antes contrários à votação, agora aceitam votar a matéria. O líder do governo ponderou, no entanto, que o acordo será apenas para votação e não no mérito da matéria. Segundo ele, a base aliada vai tentar aprovar o texto original enviado pelo Executivo.