postado em 09/10/2012 07:50
Suspeito de receber propina do bicheiro Carlinhos Cachoeira, com o qual foi flagrado pela Polícia Federal em mais de 100 conversas telefônicas, o deputado federal Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) marca, com o depoimento que prestará hoje, a reabertura da CPI que investiga as relações do contraventor. Em entrevista ao Correio, o parlamentar garante que responderá a todas as perguntas dos colegas, reafirma sua amizade com Cachoeira e diz não temer sua cassação. Independentemente das operações ilegais do amigo, Leréia diz que a comissão dá uma ;importante contribuição; ao Brasil, que é discutir a legalização do jogo do bicho.;Não tenho nenhuma estratégia. Vou responder a tudo o que me for perguntado;, promete Leréia. Depois de um acordo político, o deputado, que inicialmente estava na lista de convocados pela comissão, falará na condição de ;convidado;. O depoimento estava marcado para 5 de setembro, mas, um dias antes, Leréia avisou que não compareceria, alegando ;problemas pessoais;. Além do conteúdo de suas conversas com Cachoeira, o deputado goiano deve ser questionado sobre um celular que teria recebido do contraventor e um avião supostamente comprado em sociedade com ele. Também vai ser cobrado para explicar porque usou um cartão de crédito de cachoeira para comprar jogos de computador. Sem entrar em detalhes sobre as acusações, Leréia nega ter praticado qualquer ;ato ilícito;. ;Sou amigo (de Cachoeira) há muitos anos. Isso não significa que tenha cometido algum crime.;
Pesa ainda contra Leréia, uma ligação telefônica em que teria avisado ao bicheiro sobre uma investigação da Polícia Federal em andamento. O advogado de Leréia pediu para ter acesso às gravações da PF, mas não conseguiu. ;A mídia publicou o que achava relevante. É necessário ouvir as conversas todas. Há trechos que, sem contexto, podem ser mal interpretados;, argumenta.