postado em 09/10/2012 20:11
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista que investiga as relações criminosas de Carlinhos Cachoeira começou por volta das 15h desta terça-feira (9/10). O deputado federal Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) prestou esclarecimentos sobre o envolvimento com o suspeito que resultou em uma suposta troca de favores. De acordo com a Polícia Federal existem 72 gravações de conversas entre Leréia e Cachoeira de março a julho do ano passado.Contra o parlamentar também pesam acusações de que ele teria alertado Cachoeira sobre uma operação policial e usado o cartão de crédito do contraventor.
Carlos Leréia afirmou em depoimento que é amigo do bicheiro. "Mesmo que ele tenha cometido erros, não deixarei de ser amigo dele. Se falhou, vai ter que responder, mas não vai deixar de ser meu amigo" explica. O deputado acrescentou que está devendo R$ 120 mil a Cachoeira. "Só não paguei ainda porque ele está na prisão" afirma. O empréstimo teria sido para investimentos rurais.
O deputado destacou ainda que Cachoeira atendia no escritório da Delta e que ganhou um aparelho Nextel para falar com o contraventor. "Ele me emprestou para ir aos Estados Unidos, em 1998 ou 1999, não me recordo bem. Tenho cinco aparelhos por questão de economia, pois funcionam como rádio e não como celular. Posso falar 24h se eu quiser. Depois que voltei de viagem, devolvi para ele" ressalta.
Denúncias
Carlos Alberto Leréia informou que não usou o cartão de crédito do bicheiro para fazer compras. Sobre a empreiteira Delta Construções, apontada pela PF como envolvida no esquema de Cachoeira, o parlamentar afirmou ter se encontrado várias vezes com Cachoeira na sede da construtora, que teria se tornado local de trabalho de Cachoeira depois que ele se separou. "Não achei estranho ele estar com escritório na Delta, visto que sempre foi uma pessoa relacionada com meio-mundo: gente da Justiça, das artes, do empresariado. Carlinhos não era clandestino, não vivia na clandestinidade. Certa vez, até perguntei que negócios ele mantinha com a Delta, mas ele não quis me responder e não insisti" afirmou.
Carlos Leréia negou ser sócio de Cachoeira na compra de um terreno, mas informou ter adquirido um avião com outras duas pessoas. "Minha cidade fica a 500 quilômetros de Goiânia e precisava deste meio de transporte, justamente para não ter que pedir emprestado a ninguém. A minha parte eu comprei por US$ 250 mil e está no meu nome, no meu CPF, tudo declarado. Não sei se Carlinhos ou o irmão dele comprou uma parte dos outros dois sócios".