postado em 21/10/2012 06:29
A infiltração de candidatos considerados de esquerda em partidos tradicionais, como o PMDB, talvez tenha sido o principal temor do regime militar em 1982. Era a primeira eleição direta no Brasil desde 1960 e seriam escolhidos governadores, senadores e deputados, inclusive com a estreia do PT nas urnas. Candidatos que retornaram do exílio, entre eles Leonel Brizola, eram alvos de constante vigilância do serviço secreto, que se preocupava, também, com seus pontos fracos, como os aumentos de preços. A primeira eleição direta promovida no regime militar, há 30 anos, foi marcada pela presença de cinco partidos: PMDB, PDT, PT, PTB e PDS ; representante da ditadura. O resultado nos estados surpreendeu a situação, que só fez quatro governadores a mais que o PMDB, até então a maior legenda da oposição. Relatórios sigilosos do extinto Serviço Nacional de Informações (SNI) mostram que nem mesmo o partido de Ulysses Guimarães acreditava que poderia ganhar em nove estados.
Em documento, arapongas analisaram que o PMDB acreditava em uma derrota ;e que não poderia cumprir as promessas, porque tudo dependia do governo federal;. Os peemedebistas acabaram ganhando em Acre, Amazonas, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná e São Paulo. O PDT venceu no Rio de Janeiro com Brizola, enquanto o PDS levou 13 dos 23 estados da época. No Congresso, o governo obteve a maior parte das cadeiras, mas não conseguiu a maioria ; alcançou 49% das vagas.