postado em 18/11/2012 07:00
A situação precária do sistema prisional brasileiro foi reconhecida na semana passada pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, mas não é novidade. Há pelo menos 40 anos, o governo tem ciência de que as penitenciárias estaduais sofrem, principalmente, de superlotação. Documentos sigilosos do regime militar expõe as mazelas existentes à época, e muitas delas se perpetuam até hoje. Os papéis mostram preocupação de lados diferentes do poder, como uma carta do então presidente do MDB, Ulysses Guimarães, ao ex-ministro da Justiça Armando Falcão, na qual o deputado relata as condições dos presos na Casa de Detenção de São Paulo.Na visão da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), que sucedeu o extinto Serviço Nacional de Informações (SNI), o problema nos presídios brasileiros se acentuou na década de 1990. Porém, um relato de agosto de 1973 já destaca a superlotação. ;O secretário de Segurança Pública de São Paulo está preocupado com possível sublevação dos presos nas penitenciárias. Uma das causas seria a falta de espaço para alojar os detidos, pois consta que os presídios com capacidade para 3 mil detentos estariam alojando perto de cinco mil;, descreve relatório do Departamento Estadual de Ordem Política e Social (Deops), difundido pelo Centro de Informação e Segurança da Aeronáutica (Cisa).