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Leitura do relatório da CPI do Cachoeira é adiada para a próxima quarta

postado em 22/11/2012 12:18
O pedido de adiamento foi feito pelo relator da CPI, deputado Odair Cunha
O deputado Odair Cunha (PT-MG), relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, surpreendeu nesta quinta-feira (22/11) os integrantes do colegiado ao pedir que a leitura do relatório final elaborado por ele, prevista para começar nessa manhã, seja feita apenas na próxima quarta-feira (28/11).

Cunha disse que precisa de mais tempo porque está conversando e recebendo sugestões de parlamentares. ;Eu estou agora simplesmente ganhando mais prazo para dialogar com o conjunto dos membros da comissão;, justificou. Apesar de admitir que o conteúdo pode ser aperfeiçoado, o relator não quis adiantar se vai ceder às pressões e fazer mudanças no texto.

;O adiamento só demonstra insegurança, desconhecimento, e a cada ponto que nós contestamos ele [o relator] se surpreende. Só se surpreende quem não conhece o que assinou, o que é grave e triste;, avaliou o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS). O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) foi na mesma linha. ;Ele [o relator] sabe que as inconsistências são muitas, que os erros são muito, e, portanto, eu diria que o relatório é incorrigível, não temos como alterá-lo. Ele não tem uma lógica investigativa, foi fruto de uma perseguição política e nós temos que derrubá-lo;.

[SAIBAMAIS]Na reunião da CPMI desta quinta-feira, o relator voltou a receber críticas de parlamentares de vários partidos por ter recomendado que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, seja investigado pelo Conselho Nacional do Ministério Público. Segundo o relatório, o pedido tem como base ;indícios de omissão e prevaricação;. Segundo o Código Penal, a prevaricação é crime praticado por funcionário público que retarda ou deixa de praticar indevidamente suas atribuições.



O pedido de indiciamento de cinco jornalistas, entre eles, o chefe da sucursal da revista Veja em Brasília, Policarpo Júnior, também foi alvo de queixa de senadores e deputados. O jornalista, que aparece conversando com o contraventor em gravações obtidas pela Polícia Federal, foi indiciado por formação de quadrilha. ;As investigações sobre esse profissional nos permitem divisar que Policarpo Júnior não mantinha com Carlos Cachoeira uma vinculação que se consubstanciava apenas na relação de jornalista e fonte", diz um trecho do relatório.

O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) pediu que relator revisse a posição sobre os jornalistas indiciados, especialmente, Policarpo Júnior. Miro também defendeu o procurador-geral da República. ;Não pode constar da proposta do relator qualquer coisa relativa à Procuradoria-Geral da República, como se estivéssemos aqui a tentar incriminar o procurador-geral. Em nenhum momento foi votado algo que se aproximasse de suspeita contra o procurador-geral;, garantiu.

Ainda durante a reunião, um grupo de parlamentares que se classificam como independentes foi à Procuradoria-Geral da República protocolar um relatório paralelo que, entre outros pontos, sugere a quebra do sigilo de 15 empresas fantasmas que teriam recebido dinheiro da Delta Construção e ficaram fora do relatório oficial. O deputado Dr. Rosinha (PT-PR) defendeu o trabalho do relator Odair Cunha e disse que o a entrega de representação na Procuradoria-Geral da República foi apenas para chamar a atenção da imprensa.

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