postado em 23/11/2012 08:31
Pressionando pela oposição, o relator da CPI do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), adiou mais uma vez a leitura do relatório final ;para fazer melhorias no texto;. Ele já decidiu que não vai incluir nenhum novo nome na lista de 46 indiciados, mas deixou em aberto a possibilidade de retirar alguns dos citados originalmente. ;Estou apenas ganhando mais prazo para dialogar com o conjunto dos membros da comissão. Sobre o conteúdo, eu não vou falar. Sempre é possível fazer aperfeiçoamentos;, justificou ele. Na segunda-feira, o relator irá conversar com líderes partidários para mapear as insatisfações e as reivindicações dos variados grupos políticos interessados no resultado da CPI.
Uma das mais fortes pressões está relacionada ao indiciamento por formação de quadrilha de cinco jornalistas. Odair Cunha era contra o enquadramento, mas o PT decidiu que o relator deveria responsabilizá-los. Os nomes só foram incluídos no relatório no último dia do prazo de entrega do documento. Já a decisão de solicitar que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) investigue o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, foi tomada pessoalmente pelo deputado.
Ontem o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e o presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), Jayme Eduardo Rincón, anunciaram que vão processar Odair Cunha por calúnia e difamação. O relator sugeriu o enquadramento de Perillo pelos crimes de formação de quadrilha, corrupção ativa, advocacia administrativa, tráfico de influência, falso testemunho, lavagem de dinheiro e, ainda, descumprimento da Lei de Licitações. Rincón foi responsabilizado por formação de quadrilha, corrupção passiva e advocacia administrativa, além das penalidades previstas na Lei de Licitações. O governador alegou que está sendo vítima de uma perseguição política.