Politica

Amorim propõe prazo para permanência de tropas no Haiti

postado em 16/12/2012 10:49
O ministro da Defesa, Celso Amorim, criticou neste sábado (16/12) a presença por prazo indefinido das tropas internacionais no Haiti e condicionou uma eventual retirada definitiva dos militares ao aumento dos investimentos em infra-estrutura no país.

;;Não é bom para o Haiti, que é no caso o que mais importa, nem pra ninguém, que as tropas fiquem lá indefinidamente", disse Amorim em Moscou, na Rússia.

O ministro da Defesa estava na cidade até este sábado como um dos integrantes da delegação oficial brasileira que acompanhou a presidente Dilma Rousseff em sua visita oficial ao país.

O Brasil exerce o comando militar da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti, conhecida pela sigla Minustah, e possui o maior número de soldados mobilizados no país entre 18 nações.

Amorim disse não poder falar em um possível "prazo" para a retirada dos soldados. Segundo ele, é preciso primeiro investir em melhorias no país que permitam diminuir sua dependência da ajuda internacional.

O Haiti é o país mais pobre do Ocidente e foi devastado por um terremoto em 2010 que matou cerca de 250 mil pessoas. ;;Não temos por que nos preocupar com prazo. Neste ano, vai haver uma diminuição ao longo do ano dos militares brasileiros, de 400 soldados. A ideia é levarmos (o número do contingente) a níveis pré-terremoto;;, disse o ministro.

Para Celso Amorim, o plano de retirada definitiva, no entanto, tem de ser feito com a coordenação da ONU e depende do investimento internacional.;;A ideia é que haja desenvolvimento no Haiti, que é a maneira de realmente diminuir substancialmente o problema da segurança;;, afirmou.

Mas o titular da Defesa acredita que um possível efeito colateral negativo da presença das tropas comandadas pelo Brasil seja uma "sensação de conforto" por parte da comunidade internacional.

;;Com as tropas brasileiras lá e outras sul-americanas, que são a maioria, dando a impressão de que poderiam ficar indefinidamente, cria uma sensação de conforto. A tão propalada comunidade internacional pode dizer "ah, tudo bem, por que os brasileiros estão lá garantindo", mas o que é preciso são recursos para o desenvolvimento.;;

Na Rússia, Amorim firmou algumas parcerias com o setor de Defesa russo, entre elas uma que estabelece a aquisição de helicópteros militares.

Em janeiro de 2013, uma delegação comandada pelo Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, o general José Carlos De Nardi, virá ao país para negociar uma possível colaboração no setor de defesa antiaérea. O general estará acompanhado dos comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica e de representantes da iniciativa privada.

Para Amorim, a experiência da Rússia no setor poderá ser importante para o Brasil.
;;Com o Brasil se tornando a sexta economia mundial, com as riquezas que a gente tem, temos a consciência de que o país tem de cuidar progressivamente de sua defesa;;, disse.

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