postado em 31/12/2012 08:24
Recife ; As roupas esportivas, no primeiro momento, disfarçam um traço marcante de sua personalidade: o discurso forte que adotou como líder do PSDB na Câmara. Aos 40 anos, o advogado pernambucano Bruno Araújo se despede da liderança tucana contabilizando um saldo positivo: o crescimento do partido nas regiões Norte e Nordeste, nas eleições municipais; a consolidação do nome do senador Aécio Neves (MG) como candidato do partido à Presidência em 2014; e uma postura mais forte na oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT). Em entrevista ao Correio, o tucano faz uma análise da política nacional, sem esquecer dos temas ligados ao PSDB de Pernambuco, como a ;aliança branca; do partido com o governador Eduardo Campos (PSB).
Como o senhor avalia a atuação do PSDB no contraponto ao overno petista?
Eu acho que a oposição participou de momentos importantes, como a redução da atenuante das dívidas previdenciárias daqui a 20, 30 anos, e a criação do Fundo de Previdência do Servidor Público. Algo que o PSDB tentou implantar com o governo FHC e que houve todo o tipo de restrição do Partido dos Trabalhadores (PT). Este ano, o fundo foi constituído porque teve um encaminhamento favorável. O PSDB não agiu como o PT agiu quando não era governo. O PSDB também teve um momento fantástico quando garantiu numa medida provisória (MP) a retirada de todos os impostos federais dos produtos da cesta básica. Foi uma vitória política que esbarrou no veto da presidente Dilma, que prometeu para o início deste ano uma comissão interministerial para estudar como fazer essa redução. E essa comissão, até hoje, não se reuniu.
Qual foi o aprendizado do senhor como líder da bancada?
Acho que quem constrói uma formação política em Pernambuco, com a diferença de pequenas nuances, está preparado para se fazer no plano nacional. Após esses seis anos como relator-geral da Receita Orçamentária, como presidente de comissão, como líder de partido, a gente passa a ter uma visão muito clara não só do funcionamento do Congresso, mas, sobretudo, das nossas diversidades regionais, da compreensão da sintonia do discurso adotado tanto por Aécio Neves (senador do PSDB) quanto por Eduardo Campos (governador de Pernambuco) na discussão de um novo pacto federativo. Fica claro como os recursos e os tributos apurados pelo país estão concentrados em Brasília em detrimento de onde, de fato, há demandas, que são os estados e os municípios.