postado em 13/01/2013 08:00
A cota da Câmara dos Deputados para custear a atividade parlamentar serviu em 2012 para bancar também gastos de campanha. No ano de eleições municipais, a verba cobriu pesquisas de opinião sobre deputados que foram candidatos, avaliação do eleitor sobre a gestão de aliados e até sondagem do grau de vulnerabilidade de opositores que se lançaram às prefeituras.
O levantamento foi feito pelo Correio nas notas fiscais apresentadas pelos deputados à Câmara, de natureza pública, mas divulgadas apenas parcialmente pela Casa, em descumprimento à Lei de Acesso à Informação. Desde o início da atual legislatura, em fevereiro de 2011, os 513 parlamentares colocaram as mãos em R$ 284,5 milhões da cota parlamentar.
Candidato derrotado à prefeitura de Caxias do Sul (RS), o deputado Assis Melo (PCdoB-RS) passou para o contribuinte a conta de um detalhado diagnóstico sobre os problemas que mais incomodam os moradores do município. Ele pediu ressarcimento à Câmara dos Deputados de R$ 12,7 mil, gastos com três levantamentos encomendados ao IPO Instituto de Pesquisas de Opinião. Feitos em março, abril e maio, eles incluem também a avaliação dos entrevistados sobre o trabalho do parlamentar. No início de 2012, Melo já dava entrevistas como pré-candidato do PCdoB à administração municipal.