O deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) foi eleito em primeiro turno o presidente da Câmara dos Deputados, em sessão nesta segunda-feira (4/2), com 271 votos. O peemedebista era o favorito à cadeira e agora ocupará o cargo pelos próximos dois anos, até o término do mandato da presidente Dilma Rousseff. Além dele, eram candidatos Rose de Freitas (PMDB-ES), que teve 47 votos, Júlio Delgado (PSB-MG), com 165, e Chico Alencar (PSOL-RJ), com 11 votos.
"Talvez muitos não saibam, mas a minha família foi a mais caçada pela ditadura militar. Quem viveu a democracia que eu vivi, quem enfrentou o que eu enfrentei, eu sei o que eu tive que passar, viver, eu sei o medo que eu tive que superar para chegar aqui inteiro", disse o novo presidente no discurso de posse.
"Aqui nesta casa só tem deputado abençoado pelo voto popular", acrescentou. Henrique se emocionou ao lembrar de quando chegou à Casa: "Cheguei aqui aos 22 anos, um menino, e hoje estou aqui como presidente da Câmara".
Mesa Diretora
André Vargas (PT-PR) foi eleito 1; vice-presidente e Fábio Faria (PSD-RN) 2; vice-presidente. Márcio Bittar (PSDB-AC) é o 1; secretário, Simão Sessim (PP-RJ) ficou com a 2; secretaria, Maurício Quintella Lessa (PR-AL) com a 3; secretaria, e Biffi (PT-MS) com a 4;. Os suplentes eleitos foram Gonzaga Patriota (PSB-PE), Takayama (PSC-PR), Vitor Penido (DEM- MG) e Wolney Queiroz (PDT-PE).
Maia se despede
Ao se despedir do comando da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS) disse que a Casa legislativa é a ;maior expressão da vontade popular;. Recomendou "humildade" e afirmou que não se pode "compactuar com quem questiona a existência do Poder Legislativo". Para ele, a opinião pública não está representada em matérias jornalísticas, mas sim na deliberação dos deputados federais.
Perfil
Aos 64 anos, Henrique Alves está no 11; mandato consecutivo, é o deputado federal mais antigo na Casa. É formado em direito e foi eleito pela primeira vez em 1971. Interrompeu a atuação parlamentar apenas para assumir o cargo de secretário de Governo e Projetos Especiais do Rio Grande do Norte, no início dos anos 2000.
Durante a atual campanha, vieram à tona denúncias de direcionamento de emendas parlamentares para favorecer empresa em que um ex-assessor é sócio. Era favorito ao cargo de presidente da Câmara, com aval do Planalto.