postado em 11/02/2013 06:06
A notícia da eleição de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para a liderança da segunda maior bancada da Câmara dos Deputados foi recebida com preocupação pelo Palácio do Planalto, que encara o deputado fluminense como um risco em potencial para a agenda legislativa do governo no Congresso. E a primeira atitude de Cunha no cargo não deixou por menos. Já na primeira reunião que teve com o líder da legenda, o deputado anunciou a intenção de impedir que a política de desonerações utilizada pela presidente Dilma Rousseff como instrumento para manter a economia em movimento, em meio a uma crise mundial, atinja a receita de estados e municípios. ;Que a desoneração seja feita apenas sobre a parte da União;, prega o líder. Apesar de apontar problemas na relação entre a bancada e o governo, ele não vê motivo de tensão no Planalto por conta da mudança que pretende estabelecer na postura do partido na Câmara. ;Agora, a bancada vai se posicionar;, afirma, deixando claro que o comportamento ;obediente; do PMDB nos dois primeiros anos do governo Dilma se deu em função do projeto de eleição de Henrique Eduardo Alves para a presidência da Casa. Em entrevista ao Correio, o novo líder do PMDB fala sobre a relação do partido com o Planalto e cobra mais espaço no governo para a ala mineira da legenda, sob pena de quebrar a harmonia da aliança entre PT e PMDB para as eleições de 2014.
O primeiro posicionamento anunciado pelo senhor como novo líder do PMDB na Câmara vai contra a política de desonerações que o governo tem usado para enfrentar a crise;
Eu falei estritamente sobre uma parte dessa política de desoneração, que é a redução da alíquota do IPI e do Imposto de Renda. A posição da bancada é que as desonerações não podem ser feitas atingindo as receitas compartilhadas, que são distribuídas por meio do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Então, se é para fazer a desoneração do Imposto de Renda e do IPI, que seja feita apenas sobre a parte da União, sem atingir estados e municípios. A gente não está discutindo o mérito da desoneração. A gente está discutindo que a desoneração tem de ser feita sobre aquilo que pertence à União.