Politica

Missa na Igreja Dom Bosco homenageia ex-ministro Fernando Lyra nesta noite

A cerimônia foi um pedido dos amigos do político que moram em Brasilia

postado em 20/02/2013 00:48
Fernando Lyra (E) ao lado de Tancredo Neves

Uma missa de sétimo dia da morte do ex-ministro da Justiça Fernando Lyra está programada para às 19h desta quarta-feira (20/2) na Igreja Dom Bosco (702 Sul). A cerimônia é organizada por amigos do político que moram em Brasília e desejam homenagear o pernambucano.

O ex-deputado e ex-ministro da Justiça Fernando Lyra morreu na última quinta-feira (14/2), aos 74 anos, em São Paulo, em decorrência de infecção urinária agravada por problemas cardíacos. Deputado destacado do ;MDB autêntico;, grupo que fazia oposição mais radical à ditadura, Lyra, nascido no Recife, em 1938, acabou se convencendo de que o fim do regime só viria com uma transição pactuada. Batalhou pela emenda das Diretas Já, mas, depois de sua rejeição pela maioria governista no Congresso, alinhou-se aos moderados e se tornou um dos principais articuladores da candidatura de Tancredo Neves pelo Colégio Eleitoral. Jogou em muitas posições, mas, em todas elas, contribuiu fortemente para a construção da democracia. Tinha, também forte relação com Brasília, onde morou por muitos anos e fez amigos, como o senador Cristovam Buarque (PDT-DF).

Lyra chegou à Câmara em 1970, ligando-se logo aos ;autênticos;. Na outra ponta, estavam os ;moderados;, liderados por Tancredo Neves, que pediu cautela com o regime para evitar ;retrocessos;. Ulysses Guimarães reinava sobre os dois grupos, embora pendendo mais para os ;autênticos;. Entre estes, Lyra era dos que mais trovejava na tribuna, e frequentemente criticava a moderação de Tancredo. Assim foi em 1977, quando o senador mineiro advertiu que, se o MDB votasse contra a reforma do Judiciário proposta pelo presidente Geisel, o tempo fecharia. Tancredo não foi ouvido, e a emenda acabou rejeitada. Geisel fechou e baixou o pacote de abril, que ampliou o mandato presidencial de cinco para seis anos e criou os senadores biônicos, eleitos indiretamente, permitindo ao regime o controle do Congresso. Naquela época, Lyra começou a dar razão a Tancredo.

No Ministério da Justiça, começou a fazer o que chamou de ;remoção do entulho autoritário;. Liquidou com a censura, revogou as leis de exceção, implementou a lei da Anistia e, sem alarde, removeu de postos de comando os remanescentes da ditadura. A pretexto de disputar novo mandato, deixou o governo. Reeleito e desiludido com o PMDB, filiou-se ao PDT em 1987. No Congresso, participou ativamente da Constituinte. Na eleição de 1989, foi vice na chapa de Brizola, que apoiou Lula no segundo turno contra Fernando Collor.

A saúde começou a fraquejar e as eleições ficaram mais difíceis para ele. Ainda ficou na Câmara por mais duas legislaturas, mas em 1998, decidiu não concorrer. Trocou o PDT pelo PSB. No governo Lula, assumiu a presidência da Fundação Joaquim Nabuco e apoiou a eleição de Eduardo Campos ao governo de Pernambuco.

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