A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados vai oficializar uma mudança que tornará a Corregedoria um órgão independente do comando da Casa. A partir da alteração, o responsável por levar à frente investigações contra os próprios colegas será alguém indicado pelo presidente, não mais eleito, como antes. Para a oposição, na prática, o órgão estará mais vulnerável à pressão de petistas, que têm feito manobras para blindar os parlamentares condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do mensalão. Além de mirar no novo corregedor para que ele segure ao máximo o cumprimento da decisão da Suprema Corte, o PT estaria ainda de olho no comando do Conselho de Ética, último lugar por onde o processo de perda de mandato dos réus passará.
As articulações para realocar a Corregedoria começaram no fim do ano passado. A função era exercida pelo segundo-vice-presidente da Casa, e todas as ações passavam pela Mesa Diretora. Quando o posto sobrou para o PSD, o partido apressou-se em tirar o corpo fora. ;Não queríamos os holofotes dessa vaga neste ano em que tanta coisa pode acontecer;, comentou uma liderança da legenda, referindo-se ao fato de o órgão ser a porta de entrada do acórdão do Supremo sobre as condenações dos quatro réus que exercem mandato: João Paulo Cunha (PT-SP), José Genoino (PT-SP), Pedro Henry (PP-MT) e Valdemar da Costa Neto (PR-SP).