Politica

Regras para as eleições do ano que vem são tema de reunião no TSE

Ministra Cármen Lúcia se reúne com representantes de 26 legendas, além dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado

postado em 10/04/2013 14:35
A presidenta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, abriu nesta quarta-feira (10/4) o processo de consulta aos partidos políticos para elaboração das normas que regerão o processo eleitoral do próximo ano. Para isso, reuniu-se com representantes de 26 legendas, além dos presidentes da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O ministro do TSE Antonio Dias Toffoli, designado para ser o relator das instruções normativas, também participou do encontro.

;O TSE tem a atribuição legal de elaborar as resoluções e, para deflagrar esse processo, convidamos os protagonistas da democracia representativa, que são os partidos políticos;, disse a ministra Cármen Lúcia, em entrevista coletiva após a reunião.

Ela lembrou que o relator deverá ouvir, em audiência pública, os delegados ou representantes dos partidos políticos a respeito de cada proposta de resolução. Em seguida, o plenário deverá aprovar as instruções para que elas se tornem resoluções e possam regulamentar as eleições. ;É um processo para que possamos ouvir as preocupações, uma vez que a atividade do TSE é abaixo da lei, ou seja, nós atuamos pormenorizando como são as práticas a serem adotadas no processo eleitoral do ano que vem;, explicou.

De acordo com a Lei 9.504/1997, a Lei das Eleições, as resoluções deverão ser aprovadas até o dia 5 de março de 2014. Entre os temas tratados por elas estão: as regras para a propaganda eleitoral; os atos preparatórios para o recebimento dos votos, totalização, divulgação dos resultados, proclamação e diplomação dos eleitos; parâmetros para arrecadação de recursos para a campanha, gastos e prestação de contas; e calendário eleitoral.



Perguntada sobre a reação dos representantes de partidos políticos que participaram do encontro diante da decisão do TSE de alterar a representação dos estados na Câmara dos Deputados, a ministra disse que o assunto não foi discutido na reunião.

;O assunto [da reunião] foi resolução, só, exclusivamente, nenhum outro. O que nós fizemos foi dizer que está aberto o processo de oferta de ideias, sugestões e propostas e que isso será feito ao ministro Dias Toffoli. Hoje não foi tratado nenhum tema específico;, enfatizou.

Na avaliação do presidente do Senado, Renan Calheiros, a iniciativa fortalece o processo democrático, na medida em que antecipa o diálogo sobre a regulamentação das eleições com os partidos políticos e com os Poderes.

;Essa conversa antecipada contribui para que a decisão que vai regulamentar as eleições seja a mais democrática possível. A democracia se robustece com iniciativas como essa, que acho que vai balizar de agora para frente o comportamento do TSE, dos partidos e dos Poderes da República;, destacou.

Ainda durante a entrevista coletiva, Calheiros comentou a votação da reforma política pelo Congresso Nacional. Ele ressaltou que é importante que se faça ;uma reforma onde é possível; e destacou que para que isso ocorra é necessário haver ;convencimento, negociação e consenso;. "Nesse campo, as coisas não são fáceis porque acabam conflitando interesses de partidos políticos;, disse. Ontem (9), os líderes partidários da Câmara dos Deputados não chegaram a um acordo para a votação dos principais pontos da reforma política.

Nem mesmo a proposta de emenda à Constituição (PEC) que estabelece a coincidência de mandatos e eleições gerais de vereador a presidente da República em um mesmo dia foi apreciada na noite dessa terça-feira. A sessão em que isso ocorreria foi encerrada depois de muita obstrução e sem a votação da PEC. A proposta de emenda à Constituição foi o único item que contou com consenso para ser incluído na pauta de votações, durante reunião dos líderes partidários mais cedo.

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