postado em 11/04/2013 06:01
O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), optou por não se defender da acusação do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu de que prometeu absolvê-lo no processo do mensalão, em encontro ocorrido há mais de dois anos, antes de ser nomeado para uma vaga no STF. No julgamento, Fux votou pela condenação do petista a 10 anos e 10 meses de prisão pelos crimes de corrupção ativa e formação de quadrilha. O ministro chegou por volta das 14h15 de ontem à Suprema Corte e evitou falar com os jornalistas. Limitou-se a dizer, por meio da assessoria do tribunal, que ;ministro do Supremo não polemiza com réu;.
[SAIBAMAIS]
No intervalo da sessão plenária, Fux fez uma breve declaração aos jornalistas. ;Eu já me pronunciei por meio da imprensa do tribunal no sentido de que um ministro do Supremo não controverte com o réu do processo. Essa é uma regra inerente ao ofício. Isso é tudo o que eu tenho a dizer;, frisou. Responsável por sustentar a denúncia contra os réus do mensalão, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, alertou que alguns condenados na Ação Penal 470 vêm adotando uma ;postura arrogante;. Ele saiu em defesa do ministro do STF e desqualificou as acusações feitas por José Dirceu, em entrevista publicada ontem pelo jornal Folha de S.Paulo. Na reportagem, além de afirmar que o então ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Luiz Fux prometeu sua absolvição, Dirceu disse ter sido ;assediado moralmente; por Fux, que teria pedido apoio para chegar a uma cadeira do STF. Segundo o petista, o encontro entre ambos ocorreu no escritório de um advogado em São Paulo. Fux foi nomeado para o Supremo em fevereiro de 2011.