postado em 06/05/2013 09:39
Depois de 17 anos do assassinato do empresário Paulo César Farias e de sua namorada, Suzana Marcolino, serão levados a júri quatro policiais militares acusados de cometer o duplo homicídio. O crime aconteceu na praia do distrito de Guaxuma(AL), onde o ex-tesoureiro de campanha do ex-presidente Fernando Collor de Mello, hoje senador, tinha uma casa de veraneio. O caso teve várias reviravoltas e, inicialmente, se acreditava que a mulher havia matado PC Farias e cometido suicídio. No entanto, investigações posteriores indicaram que ambos foram executados.
PC Farias foi acusado de comandar atos de corrupção dentro do governo de Fernando Collor, o chamado Esquema PC, que resultou na instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). A denúncia foi feita por Pedro Collor, irmão do ex-presidente. Quando ele morreu, estava em liberdade condicional concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-tesoureiro havia sido condenado por falsidade ideológica, enriquecimento ilícito e sonegação de impostos.
Em um primeiro momento, os investigadores trabalhavam com a hipótese de crime passional. As investigações iniciais apontavam que Suzana teria matado o namorado e depois cometido suicídio. A tese em questão foi levantada pelo legista Fortunato Badan Palhares, que ajudou a Polícia a examinar o caso. Uma das alegações da defesa é de que a mulher havia comprado uma arma dias antes das mortes.
O Ministério Público Estadual de Alagoas baseou as acusações de acordo com a versão do médico George Sanguinetti, que descartou tal possibilidade. Outros peritos foram convocados a realizar um novo laudo e, depois de análises da posição dos projéteis, ficou evidenciado que não havia possibilidade de suicídio. Três anos depois, a nova apuração apontou os ex-seguranças de PC Reinaldo Correia de Lima Filho, Josemar dos Santos, Adeildo dos Santos e José Geraldo da Silva como envolvidos no duplo homicídio. Três deles ainda continuam na ativa e um se aposentou.