postado em 13/05/2013 06:02
A reforma administrativa anunciada pelo Senado Federal para cortar gastos tem uma linha clara: reduzir as despesas com os servidores que têm as menores remunerações e reduzir as funções comissionadas de baixo escalão da Casa para manter as regalias dos parlamentares. Após extinguir o serviço ambulatorial gratuito para os funcionários, a presidência do Senado, sem fazer barulho, acabou com o transporte circular que levava servidores no trajeto entre a Rodoviária do Plano Piloto e o Anexo I. O corte ocorreu em 6 de maio, mas não foi divulgado. A assessoria de imprensa do Senado comunicou que a medida proporcionará uma economia anual de aproximadamente R$ 220 mil.
[SAIBAMAIS]A Câmara dos Deputados oferece exatamente o mesmo serviço. Sem transporte, alguns servidores do Senado tentaram utilizar o ônibus da Câmara, mas foram impedidos. Para se beneficiar do serviço, é necessária a apresentação do crachá funcional. ;O Senado quer cortar gastos massacrando o lado mais pobre. Não há nenhum equilíbrio nas ações. Ninguém fala em cortar o luxo dos senadores. A gente, que recebe os salários mais baixos, é que paga o pato;, reclamou um servidor do Senado. Ele não quis se identificar por temer algum tipo de represália interna.
Em fevereiro, duas semanas após ser empossado na presidência do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) anunciou as medidas para reduzir gastos e alegou que a iniciativa representava uma maneira de aproximar a Casa da população. ;Elas se inserem dentro de um planejamento estratégico, que será no todo conhecido em 30 dias, com metas de curto e médio prazo. Ressalto ainda que aprofundaremos esse trabalho, e ele é fundamental, insubstituível, para reaproximarmos o Senado Federal da sociedade brasileira;, declarou na época.