Politica

Mesmo com manobra na Câmara, MP dos Portos terá resistência no Senado

Base atua na Câmara para finalizar a votação dos destaques, mas não há garantias de que o texto será aprovado a tempo por senadores

postado em 16/05/2013 06:40
Henrique Eduardo Alves, durante a votação das emendas à MP dos Portos: sessão de terça-feira avançou na madrugada e só terminou às 5h de ontem

Mesmo com uma manobra governista no plenário da Câmara dos Deputados para acelerar o processo de votação da chamada MP dos Portos, o governo perdeu mais um dia e não conseguiu encaminhar a matéria, na noite de ontem, para apreciação do Senado Federal. Só hoje, prazo final, de acordo com o regimento, os senadores devem debater o tema, numa sessão marcada para as 11h. Ainda assim, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) demonstrou receio com a eventual ausência de parlamentares. ;É importante que nós tenhamos todo tipo de preocupação, inclusive com a falta de quórum.;



[SAIBAMAIS]Na tarde de ontem, o grupo de senadores considerados independentes já se articulava para obstruir a votação da MP dos Portos quando o texto chegar ao Senado. O senador Pedro Taques (PDT-AM) fez um discurso contundente. ;Batedores de carteira da Câmara querem transformar os senadores em meros batedores de carimbo.; O senador Randolfe Rodrigues (PSol-AP) chegou a dizer que poderá ir ao Supremo Tribunal Federal (STF) se o regimento do Senado for atropelado. ;Obviamente que, se houver atropelos sobre os procedimentos regimentais, não há dúvida de que nós recorreremos mais uma vez ao STF;, assegurou. Até o fechamento desta edição, os deputados continuavam votando destaques. A previsão era que, mais uma vez, os trabalhos entrassem madrugada adentro ; a sessão de terça só terminou às 5h de quarta-feira.

Na tarde de ontem, a oposição na Câmara, mais uma vez, tentou obstruir a votação de todas as maneiras. A alegação era de que o processo de apreciação da matéria está sob suspeição após as denúncias de que empresários do setor portuário tinham feito lobby no Congresso. Ainda assim, o governo atuou para votar a proposta. O escolhido para realizar a manobra em favor do governo foi o deputado Sibá Machado (PT-AC). Uma emenda aglutinativa que havia sido bastante criticada pelo governo na semana passada acabou sendo apresentada pelo parlamentar petista. Um pouco antes, o DEM, ao perceber que a votação da emenda beneficiaria o governo, retirou o texto. O deputado Sibá Machado o copiou e apresentou em plenário. Trocou apenas a palavra ;ocorrerá; por ;poderá ocorrer;.

Base atua na Câmara para finalizar a votação dos destaques, mas não há garantias de que o texto será aprovado a tempo por senadores

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