Politica

Senado promete avaliar apenas MPs com mais de 7 dias de prazo de validade

Após as 41 horas necessárias para que a Câmara dos Deputados pudessem analisar a Medida Provisória 595, os senadores aprovaram a MP em menos de oito horas

Juliana Braga
postado em 17/05/2013 07:56
A presidente Dilma Rousseff venceu nesta quinta-feira (15/6) uma das mais longas batalhas de seu governo no Congresso e garantiu a aprovação da Medida Provisória 595, a MP dos Portos, a pouco menos de cinco horas de o texto caducar. Em sessão bem menos tensa que na Câmara, os senadores aprovaram o projeto com folgada margem ; 53 votos favoráveis, sete contrários e cinco abstenções. Segundo o Planalto, a nova legislação permitirá a modernização dos portos e salvará o Brasil de um ;apagão; na entrega de mercadorias. A aprovação da nova lei quase esbarrou no Supremo Tribunal Federal (STF), que avaliou pedido de senadores da oposição para anular o resultado. Mas o ministro Celso de Mello negou a liminar.

Senadores aprovam, a toque de caixa, a MP dos Portos: velocidade na tramitação irritou os parlamentares, que não tiveram tempo para analisar o texto

Diferentemente do que ocorreu na Câmara, que levou 41 horas na análise da MP entre terça-feira e ontem, os senadores críticos à proposta não concentraram o debate no conteúdo. Com pouco tempo para tentar obstruir a votação, eles começaram a sessão anunciando que apresentaram um mandado de segurança ao STF contra a tramitação da medida e, na maior parte dos discursos, se voltaram contra a velocidade com que a base queria votar o texto no Senado. ;Alguém aqui, em sã consciência, sabe me dizer o que essa MP, aprovada na Câmara dos Deputados às 8h, contém e, se o que a contém, é pelo menos fiel ao texto original encaminhado pela presidente?;, questionou Randolfe Rodrigues (PSol-AP).



[SAIBAMAIS]O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), também acabou se tornando alvo da oposição por permitir a votação da MP em tão pouco tempo. Para Randolfe, Renan se comportou mais como integrante do PMDB do que como presidente do Senado. ;Deveria defender a soberania da Casa;, reclamou. No início da sessão, que durou pouco menos de oito horas, Renan prometeu que seria a ;última vez; que a Casa aceitaria votar uma MP no afogadilho. ;O Senado não vai mais concordar com a continuidade dessa aberração institucional. Apreciar MP nas últimas horas de vigência significa, em português claro, limitar o papel constitucional do Senado;, disse, acrescentando que a Casa só analisará, daqui em diante, medidas provisórias que tenham mais de sete dias de prazo de validade.
Após as 41 horas necessárias para que a Câmara dos Deputados pudessem analisar a  Medida Provisória 595, os senadores aprovaram a MP em menos de oito horas

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