postado em 25/05/2013 06:59
Depois de se ver alvo de uma série de protestos, no início pedindo a sua saída do comando do Senado e, ainda, a cassação de seu mandato de senador, o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL) teve ontem um dia de presidente da República. Renan assumiu interinamente o governo federal em um momento em que seu partido, o PMDB, vive um clima de acirramento de ânimos com o Palácio do Planalto, muito por conta da montagem de palanques estaduais em 2014 e da postura de enfrentamento adotada pela sigla em votações no Congresso, como foi o caso da medida provisória dos Portos.
Grande parte do partido apoia a CPI da Petrobras. Além disso, o líder do partido na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), comprou uma nova briga com o governo ao incluir uma emenda que desagravada o Planalto na tramitação do projeto de lei que renegocia a dívida dos estados. Na noite de terça, na residência oficial do vice-presidente Michel Temer, o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), lembrou sua proximidade com o tucano Aécio Neves (MG) ao reclamar do provável palanque duplo de Dilma Rousseff no Rio de Janeiro.
Alheio à turbulência política entre a legenda e o Planalto, Renan chegou ao gabinete presidencial na tarde de ontem e limitou seu expediente de mandatário a despachos e visitas de aliados. Em pouco mais de duas horas, recebeu os senadores Gim Argello (PTB-DF), José Sarney (PMDB-AP), Zezé Perrela (PDT-MG) e Paulo Paim (PT-RS), além do ex-senador Wilson Santiago e do governador de Alagoas, Teotonio Vilela Filho. Depois de despachar com as ministras da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e da Comunicação, Helena Chagas, fez questão de descer ao comitê de imprensa para cumprimentar jornalistas e posar para fotos.