Politica

Cineasta e historiadora descrevem momentos vividos na Ditadura Militar

Os depoimentos foram feitos durante a Comissão Estadual da verdade do Rio de Janeiro. As vítimas da ditadura falaram das torturas a que foram submetidas nas dependências do Destacamento de Operações de Informações

postado em 29/05/2013 08:24
Em relatos emocionados, a cineasta Lúcia Murat e a historiadora Dulce Pandolfi descreveram, nessa terça-feira (28/5), em depoimento à Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro, as torturas a que foram submetidas nas dependências do Destacamento de Operações de Informações ; Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), durante o regime militar, e defenderam a apuração dos crimes contra os direitos humanos cometidos no período.
A historiadora Dulce Pandolfi e a cineasta Lúcia Murat sensibilizaram a Comissão com detalhes dos maus-tratos
;É impossível ter um país democrático, solidário e justo, sem passar isso a limpo;, disse Dulce Pandolfi. A historiadora tinha 21 anos quando foi presa, em 20 de agosto de 1970. Membro da Aliança Libertadora Nacional (ALN), ela passou um ano e quatro meses encarcerada e afirma ter sido torturada durante três meses.
Dulce lembra que as sessões de tortura foram mais severas no início. Os militares tentaram obter dela o máximo de informações possível, antes que seus parentes se dessem conta de seu desaparecimento e, por isso, intensificaram os interrogatórios logo após sua prisão. Ela contou que foi submetida a choques elétricos, com o corpo molhado e preso ao pau-de-arara. Depois, foi espancada e chegou a ter um jacaré colocado sobre o seu corpo. Também foi usada como instrumento de ;aula;, para demonstrar a eficácia dos choques elétricos nas diferentes partes do corpo, quando completou dois meses de prisão.
Os depoimentos foram feitos durante a Comissão Estadual da verdade do Rio de Janeiro. As vítimas da ditadura falaram das torturas a que foram submetidas nas dependências do Destacamento de Operações de Informações

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