postado em 05/06/2013 12:59
O volume de recursos destinado aos grandes produtores rurais para financiar a próxima safra, por meio do Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2013/2014, é audacioso e representa um importante impulso ao desenvolvimento do setor agropecuário do país, na avaliação do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Andrade. Segundo ele, a preocupação do governo agora é garantir que o dinheiro chegue "o mais rápido possível" e de forma facilitada às mãos dos produtores."O recurso [disponibilizado] é formidável e a nossa grande preocupação é o acesso do produtor [a ele]. Estamos conversando com os bancos, especialmente o Banco do Brasil, que é o nosso principal parceiro, buscando mudar recursos desse banco para o Banco Central e vice-versa, para ver onde cada um tem mais facilidade de operacionalizar os recursos. Acredito que a partir de 1; de julho nós estaremos preparados para aqueles [produtores] que procurarem, seja por meio do Banco do Brasil ou do Banco Central, e esses recursos já estarão disponíveis", disse, ao participar nesta quarta-feira (5/6) do programa Bom Dia, Ministro, produzido pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República em parceria com a EBC Serviços.
Lançado na terça-feira (4/6) pela presidente Dilma e pelo ministro Antônio Andrade, o PAP 2013/2014 prevê a liberação de R$ 136 bilhões aos grandes produtores rurais, sendo R$ 97,6 bilhões para financiamentos de custeio e comercialização e R$ 38,4 bilhões para os programas de investimento. Em relação ao crédito disponibilizado na temporada anterior ; que termina no dia 30 de junho deste ano, a alta é cerca de 18% (R$ 115,2 bilhões). A taxa de juros anual média será 5,5%, podendo chegar a 3,5% em programas de aquisição de máquinas agrícolas, equipamentos de irrigação e estruturas de armazenagem.
[SAIBAMAIS]O ministro da Agricultura lembrou que o governo também está empenhado em aprimorar o direcionamento dos recursos do seguro rural, cujo subsídio foi ampliado em 75%, atendendo a uma das principais reivindicações do setor agropecuário. Considerado importante instrumento para evitar a quebra de produtores diante de prejuízos decorrentes de alterações climáticas, como estiagem e geadas, o montante passou de R$ 400 milhões para R$ 700 milhões.
"Vamos direcionar esses recursos e não deixar que as empresas seguradoras escolham onde vão aplicar o seguro. Quem vai definir [a aplicação] em áreas e produtos prioritários, regiões de importância econômica e de alta produtividade, que tenham riscos elevados, é o Ministério da Agricultura e os produtores, que sabem o que é prioritário para o país", disse.
Após participar do programa, o ministro também comentou os conflitos envolvendo povos indígenas e agricultores rurais. Ele ressaltou que a questão está sendo conduzida dentro do governo pelo Ministério da Justiça e pela Casa Civil, mas disse que espera que a situação se resolva logo.
"Esperamos que os conflitos entre índios e produtores rurais acabem o mais rápido possível;, disse. ;Na Terra Indígena Raposa Serra do Sol [em Roraima], por exemplo, se produzia arroz e após a demarcação não se produz mais nada. Não sei se os índios estão satisfeitos", acrescentou.
Na terça-feira (4/6), mais um índio foi baleado na região de fazendas ocupadas por um grupo de terenas em Sidrolândia, a 70 quilômetros de Campo Grande (MS). O local tem sido alvo de conflitos entre fazendeiros e índios desde o dia 15 de maio, quando os indígenas ocuparam quatro fazendas na região. Em uma delas, a Fazenda Buriti, o índio terena Osiel Gabriel, de 35 anos, foi morto e mais três ficaram feridos durante uma ação de reintegração de posse, comandada pela Polícia Federal, no último dia 30.