Politica

Futebol e eleição andam lado a lado e rendem momentos históricos para país

Na história política brasileira, jogadores vitoriosos sempre foram recebidos em palácio por um sorriso presidencial, estratégia para vincular de maneira positiva a imagem do governante ao sucesso alcançado no gramado

postado em 16/06/2013 08:20
Na história política brasileira, jogadores vitoriosos sempre foram recebidos em palácio por um sorriso presidencial, estratégia para vincular de maneira positiva a imagem do governante ao sucesso alcançado no gramado

Futebol e política, no Brasil, sempre se cruzaram. Com exceção da eleição presidencial de 1989, todas as outras, com voto direto após a redemocratização, ocorreram em ano de Copa do Mundo. No país do futebol, a política foi responsável por eternizar passagens históricas envolvendo a Seleção Brasileira: a cambalhota na rampa do Planalto, a polêmica distribuição de fuscas aos campeões de 1970 e até demissão de treinador considerado comunista. Em 2014, bola e voto se encontram novamente.

Na história política brasileira, jogadores vitoriosos sempre foram recebidos em palácio por um sorriso presidencial, estratégia para vincular de maneira positiva a imagem do governante ao sucesso alcançado no gramado. Até agora, a presidente Dilma Rousseff tem aproveitado as inaugurações das arenas para intensificar a pré-campanha rumo à reeleição. Com os estádios praticamente prontos, o tema entra no debate eleitoral. A cada chute inaugural, a mensagem implícita de que o Brasil tem força para sediar um grande evento mundial.

O cientista político Rafael Cortez diz que hoje o desempenho da Seleção Brasileira não interfere de maneira significativa no processo eleitoral. ;Acredito que, em todo caso, a Copa do Mundo em si não é determinante para vitória ou derrota de um determinado candidato. O Brasil já perdeu várias Copas e isso não afetou de nenhuma maneira o resultado eleitoral. Mas a Copa é sempre uma oportunidade de se gerar para o governo uma imagem positiva. Claro que, em 2014, isso será potencializado;, acredita.

No período da ditadura, a Seleção Brasileira era utilizada como instrumento de propaganda política do regime. Em 1970, o jingle nacionalista dos ;90 milhões em ação; embalava o país, que só tinha o direito de gritar livremente num gol brasileiro. O presidente à época, Emílio Garrastazu Médici, que recebeu Pelé em Brasília após o jogador balançar as redes pela milésima vez, em 1969, chegou até a tentar interferir na escalação do time de 1970. Rumores apontavam que Médici queria a entrada de Dadá Maravilha.

Na história política brasileira, jogadores vitoriosos sempre foram recebidos em palácio por um sorriso presidencial, estratégia para vincular de maneira positiva a imagem do governante ao sucesso alcançado no gramado

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