Jornal Correio Braziliense

Politica

Oposição diz que fazer plebiscito com as eleições pode gerar confusão

O plebiscito pode acontecer em 2014, ano das eleições no país, mas as regras devem valer apenas em 2014

Os partidos de oposição consideraram uma demonstração de que Palácio do Planalto está ;perdido; o anúncio de que o plebiscito sugerido pela presidenta Dilma Rousseff sobre a reforma política será realizado apenas em 2014. Os oposicionistas continuam defendendo o referendo em lugar de plebiscito e acreditam que a consulta popular acompanhada das eleições nacionais, no próximo ano, vai confundir o eleitor.

A decisão do adiamento foi anunciada nesta quinta-feira (4/7), depois de reunião com líderes da Câmara, pelo vice-presidente Michel Temer. Ele reconheceu que não haveria tempo para promover a consulta popular e para o Congresso aprovar as mudanças antes de outubro próximo, para que as novas regras valessem para as próximas eleições. Ele sugeriu que o plebiscito seja feito no segundo turno das eleições do próximo ano.

[SAIBAMAIS]A oposição criticou a proposta. ;Preparar questões para a população responder em 2014 elegendo novos congressistas é uma situação confusa. O mais adequado seria o Congresso Nacional realizar a reforma política e submetê-la ao referendo em 2014 ou anunciar que só se fará a reforma depois das eleições, com um novo Congresso;, disse à Agência Brasil o vice-líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR).



O líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), tem opinião parecida. Para o deputado, o Congresso tem que avançar nos temas da reforma política que podem ser consensuais e prever a aplicação para oito anos, para então promover um referendo. ;Essa é a maneira correta de fazer. Empurrar um plebiscito para o ano que vem é mais um factoide. Em 2014, todos vão estar ocupados com a campanha eleitoral;, analisou.

Os líderes do PSDB e do DEM voltaram a criticar a reação do governo em respostas às manifestações populares. ;Fica a impressão de que há um deserto de inteligência no Palácio do Planalto;, ironizou o vice-líder tucano.

Já para Ronaldo Caiado, o governo deveria reconhecer o erro ao tentar transferir para o Parlamento a resposta à crise. ;O que é estranho é a resistência em não admitir o erro e a falha na proposta do Executivo ao Congresso Nacional. Agiu na tese de Pôncio Pilatos, para tentar transferir ao Congresso a demanda da sociedade;, disse Caiado.