Jornal Correio Braziliense

Politica

Senado concede certificado 'post mortem' à família de Carlos Marighella

O guerrilheiro Marighella é apontado como um dos principais organizadores da luta armada contra o regime militar



A senadora Lídice da Mata (PSB-BA) lembrou a trajetória de Marighella marcada por prisões em períodos estratégicos da história do país. O guerrilheiro foi detido em 1936, durante o governo de Getúlio Vargas. Quase 30 anos depois, o baiano Carlos Marighella foi preso por agentes do Departamento de Ordem Política e Social (Dops), na ditadura militar.

;Nesses dias em que a nossa juventude, e nosso povo em geral, parecem ter descoberto a força da ação coletiva nas ruas de nossas cidades, contestando a política institucional, os partidos e seus líderes, é extremamente oportuno lembrar um homem que acreditava na política como um instrumento indispensável para a transformação das sociedades, que acreditava na necessidade de partidos como instrumentos coletivos de ação política e que acreditava como poucos na Justiça e na liberdade. E que ofereceu sua própria vida como exemplo de integridade e amor ao povo;, disse a senadora.

No intervalo entre as prisões, Marighella foi eleito deputado federal, mas só exerceu o cargo por um ano, quando seu mandato foi cassado, em 1947. Em 1968, o ex-político ainda fundou a Ação Libertadora Nacional (ALN), grupo armado de resistência à ditadura militar.

Durante o evento no Senado, também foi lançado o livro Rádio Libertadora, a palavra de Carlos Marighella, que relata as facetas do político, do guerrilheiro e do poeta brasileiro Marighella.