postado em 15/07/2013 06:00
Recurso retórico frequente no discurso da presidente Dilma Rousseff, as propostas de ;pactos; com o Congresso, governadores ou prefeitos costumam aparecer nos momentos em que a presidente precisa de respostas rápidas às dificuldades que se apresentam. Foi ainda sob o efeito da vitória conquistada em 2010 que a presidente se dirigiu ao Legislativo já no segundo mês de seu mandato com a proposta de um ;pacto de avanço social;.
[SAIBAMAIS]As metas eram tão ambiciosas quanto diversas, como acabar com a miséria, ampliar o acesso à saúde e à educação e garantir a segurança aos brasileiros. O discurso de Dilma, naquele momento, foi feito para servir de contraponto às tragédias naturais que atingiram a região Sudeste em 2011. ;Este pacto pode ter como símbolo o esforço deste governo e, tenho certeza, das senhoras e dos senhores também ; para que nunca mais se repita a tragédia das chuvas, que roubaram centenas de vidas e destroçaram os sonhos de milhares de famílias na região Sudeste, neste início de ano;, dizia a mensagem ao Congresso Nacional.
Se, na época em que foi proposto, o pacto da presidente conseguiu soar como resposta para as catástrofes, no ano seguinte ele se mostrou de pouco resultado. Deslisamentos e enchentes voltaram a atingir o país no início de 2012. ;A impressão é que o governo vai buscando uma resposta para sobreviver (ao lançar os pactos). Mas não dá para viver só no gogó;, avalia o doutor em ciência política pela Universidade de São Paulo (USP) Rui Tavares Maluf.