Politica

Em evento, ex-presidente Lula defende programa federal Mais Médicos

O ex-presidente também comentou as manifestações que têm ocorrido no país

postado em 23/07/2013 22:40
O ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu hoje (23) o Programa Mais Médicos, lançado pelo governo federal, que visa a levar profissionais para regiões pobres do país. O ex-presidente disse que o assunto estava ;atravessado na sua garganta" e defendeu a contratação de médicos estrangeiros que queiram trabalhar no Brasil, outra medida prevista no programa.

;Se os médicos brasileiros não querem trabalhar no sertão, que a gente traga outros médicos;, disse Lula, em discurso durante o Festival da Mulher Afro, Latino-Americana e Caribenha. ;Ninguém quer tirar emprego de ninguém;, completou.

De acordo com o ex-presidente, faltam médicos em algumas especialidades e a solução é ;importar;. Lula criticou a proposta de que os profissionais estrangeiros tenham que passar por um exame de revalidação do diploma para atuar no Brasil. Segundo ele, "apenas 27% dos médicos brasileiros" são aprovados em exames aplicados por conselhos regionais de Medicina. "Se fosse a OAB [Ordem dos Advogados do Brasil], a maioria não poderia exercer a medicina;, disse.

O ex-presidente comentou as manifestações que têm ocorrido no país. Sobre uma das reivindicações dos protestos, por mais recursos para a saúde, Lula lembrou que, durante seu governo, a oposição conseguiu acabar com a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), cuja arrecadação, por lei, deveria ser destinada à saúde. ;Eu sinto uma necessidade de dizer. Nós sabemos, a Dilma sabe, que é preciso melhorar muito a saúde. Entretanto, é preciso lembrar que eles, a elite brasileira tirou a CPMF. Isso significa, nos anos do meu mandato e do governo da Dilma, a retirada de mais de R$ 350 bilhões da saúde;, disse Lula.

Apesar de negar que tenha pretensão de dar ;palpites; na discussão sobre reforma ministerial e redução do número de ministérios, Lula acredita que a presidenta Dilma não fará isso. Falando para uma plateia repleta de mulheres e homens ligados ao movimento negro, o ex-presidente pediu que eles ficassem alertas diante da proposta de mudanças nos ministérios.

;Eu tô vendo na imprensa que tem gente que vai pedir para presidenta Dilma para reduzir ministérios. Olha, fiquem espertos, porque ninguém vai querer acabar com o Ministério da Fazenda, ninguém vai querer acabar com o Ministério da Defesa. Eles vão querer mexer com a igualdade racial, com direitos humanos. Eu acho que a Dilma não vai mexer. Eles vão falar que precisa fazer ajuste, precisa diminuir. A gente não tem que diminuir ou aumentar, tem que saber para que serve;, disse Lula.

No discurso, o ex-presidente também defendeu a reforma política e a proposta de um plebiscito levantada pela presidenta Dilma Rousseff. Ele voltou a dizer que a população não deve desistir da política porque a melhor solução para o país é a democracia. Na opinião dele, a presidenta vem sofrendo preconceito de ;setores conservadores; por ser mulher, mas continuará recebendo a ajuda dele. ;Não preciso ser governo para fazer as coisas neste país. Se eu incomodo, vou continuar incomodando, vou continuar falando, vou continuar ajudando a Dilma;, disse.

Ele ressaltou que está ;mais motivado; e que a saúde vai bem. Lula negou que o câncer tenha voltado, conforme tem circulado informalmente em sites na internet. Na opinião dele, quem divulga esse tipo de informação está agindo de má-fé. ;A maldade de alguns é tamanha, a falta de caráter, que passaram a insinuar que eu estou com câncer e metástase. Se eu detectar que o meu câncer voltou, fiquem sabendo que vocês vão ser os primeiros a saber. Eu não vou esconder do povo brasileiro;, disse.

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