Paulo de Tarso Lyra
postado em 12/08/2013 06:15
As divergências entre o Palácio do Planalto e a base aliada no Congresso não significam apenas um terremoto político com o qual a presidente Dilma Rousseff precisa lidar. Se a relação não for repactuada - como adoram falar os parlamentares que integram a coalizão governista - um tsunami econômico estimado entre R$ 200 bilhões e R$ 220 bilhões abalará a já combalida economia brasileira ao longo dos próximos anos. Essa é a estimativa de gastos feita ao Correio por assessores e congressistas caso sejam aprovados projetos com aumento de despesa, derrubados os vetos presidenciais e estabelecida a obrigatoriedade do orçamento impositivo. Esse valor representa 20% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.O cenário nebuloso com o aumento de despesas torna a situação ainda mais crítica para o governo, porque a economia brasileira não deve crescer mais do que 3% neste ano. Mas poderia ser ainda pior. Há dois meses, quando o debate sobre a derrubada dos vetos começou a ganhar corpo no Congresso, a Advocacia-Geral da União (AGU) apresentou um estudo elaborado pela área econômica do governo mostrando que o prejuízo aos cofres públicos chegaria aos R$ 417 bilhões %u2014 quase metade do PIB brasileiro. Até o Congresso percebeu o tamanho do problema que isso causaria e resolveu estabelecer uma data a partir da qual esses vetos seriam analisados %u2014 1; de julho, em ordem cronológica.
O problema é que isso fez com que a presidente Dilma ficasse refém do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). A proposta de limitar os vetos a serem apreciados foi dele. Uma análise cuidadosa da consultoria do Senado definiu que 1,5 mil deles não precisariam mais ser analisados, porque a matéria da qual tratavam "caducou".
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