O Programa Mais Médicos, a grande aposta da presidente Dilma Rousseff para imprimir uma marca à gestão e recuperar a popularidade perdida nos últimos meses, estará no centro do debate eleitoral durante a campanha presidencial em 2014. Cientistas políticos ouvidos pelo Correio apontam que a iniciativa ; com previsão de investimento de R$ 26 bilhões até 2026 ; pode ter o mesmo efeito eleitoral do Bolsa Família, programa de transferência de renda turbinado no governo Lula, se as barreiras jurídicas que ameaçam o andamento do plano forem derrubadas. A capilaridade do Mais Médicos, que englobará 3.511 municípios de todas as regiões do país, é apontada como o principal combustível para alavancar votos.
Leia mais notícias em Política
Por enquanto, os presidenciáveis Marina Silva (sem partido) e Eduardo Campos (PSB-PE) adotaram uma postura de cautela em relação ao tema. A avaliação é de que críticas, neste momento, podem não ser compreendidas pela população que sofre com a falta de médicos no país. O Correio tentou ouvir a opinião dos pré-candidatos, mas nenhum deles foi localizado pelas respectivas assessorias para falar sobre o assunto. Já o senador Aécio Neves (PSDB-MG) criticou ontem a contratação de médicos estrangeiros. Segundo ele, a importação ;é tapar o sol com a peneira;. ;Temos um governo paliativo, que promove soluções midiáticas. Não tenho preconceito quanto à origem dos médicos, o que me causa estranheza é remunerar um governo autoritário (Cuba) e não saber quanto recebem os médicos;, disse.
Cientista político e professor do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), Celso Melo classifica como uma ;grande coincidência; o fato de o Programa Mais Médicos ter sido lançado recentemente. ;Olha o momento: depois das grandes manifestações nas quais o tema da saúde apareceu fortemente, às vésperas das eleições de 2014 e com um ministro da Saúde potencialmente candidato ao estado de São Paulo. É muita coincidência;, destaca Melo.
A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.