Juliana Braga
postado em 25/08/2013 07:45
Abre-se a porta do elevador, no andar da chapelaria no Congresso Nacional. ;Boa tarde, tchê.; Um grupo de pessoas entra. ;Falando em sogra, souberam o que aconteceu com a minha?;, indaga o ascensorista. Alguns respondem que não; outros, surpresos com a pergunta, ficam calados. ;Acabei de receber um telefonema da minha mulher dizendo que o relógio de parede quase caiu na cabeça da mãe dela;, inicia o funcionário do Senado, sem se preocupar com os que não responderam. ;Aí eu disse: ;esse relógio atrasou de novo!’;, conclui, arrancando risos. Essa cena se repete todos os dias, inúmeras vezes, em um espaço entre quatro andares, no elevador que dá acesso ao plenário do Senado. O ascensorista chama-se Antônio Alves Rabelo, mas é conhecido como o piadista gaúcho, ou apenas ;Tchê;. Para muitos, Antônio é ;ascensorriso;.Leia mais notícias em Política
Ele ganhou esse apelido por chamar todos de tchê. Questionado se é do sul do país, responde que sim, do ;sul do Piauí.; Quem esbarra com tanto bom humor, em um ambiente marcado pelos mais sérios e sisudos, não imagina os percalços que Antônio já enfrentou. Aos 27 anos, em 1998, foi dispensado da Aeronáutica, onde trabalhava, e teve de desocupar o apartamento funcional em que morava. Sem ter para onde ir, precisou deixar os quatro filhos com parentes e conhecidos. ;Foi aí que o desfecho começou;, conta Antônio. Com dificuldades para se reerguer, dois de seus filhos envolveram-se com drogas e com a ;malandragem;. Aos 44 anos, Antônio perdeu seu primeiro filho, assassinado. Cerca de oito meses depois, outro teve o mesmo destino.
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