Politica

Acusados de assassinar servidores do Ministério do Trabalho serão julgados

Supostos mandantes, como ex-prefeito do município mineiro, aguardam em liberdade. O crime ocorreu em Unaí, em Minas Gerais, em janeiro de 2004

postado em 26/08/2013 06:03
Protesto feito em 2009, na Praça dos Três Poderes: familiares aguardam o julgamento há quase uma década
Belo Horizonte ;
A Justiça Federal em Minas Gerais começa a julgar na terça-feira (27/8) três dos oito réus acusados de executar servidores do Ministério do Trabalho em serviço durante inspeção em Unaí (MG), no Entorno do Distrito Federal, em janeiro de 2004. No banco dos réus, respondem por homicídio qualificado e formação de quadrilha os pistoleiros Erinaldo de Vasconcelos Silva, Rogério Alan Rocha Rios e Willian Gomes de Miranda, presos desde julho de 2004, seis meses depois da chacina. No entanto, a data para o julgamento dos mandantes e dos intermediários do crime ainda não está marcada. Na época, foram assassinados Erastótenes de Almeida Gonçalves e Nelson José da Silva, auditores fiscais do trabalho, João Batista Lages, fiscal do trabalho, e o motorista Ailton Pereira de Oliveira.

A expectativa é de que o fazendeiro Norberto Mânica, conhecido como o Rei do Feijão, e seu irmão e ex-prefeito de Unaí, o político Antério Mânica, ao lado do cerealista Hugo Alves Pimenta ; acusados de tramar as mortes ; sejam julgados até o fim de setembro. Também estão na fila José Alberto de Castro, que teria intermediado a contratação dos pistoleiros, e Humberto Ribeiro dos Santos, acusado de ajudar a apagar registros do crime. Francisco Elder Pinheiro, que também teria participado da escolha dos assassinos, morreu antes do fim do processo.



Três viúvas acompanharão o julgamento, em Belo Horizonte, e esperam um desfecho para o caso. Maria Inês Lina de Laia, mulher de Erastótenes; Helba Soares da Silva, casada com Nelson; e Genir Geralda de Oliveira Lages, companheira de João Batista Lages. Elas não têm dúvidas da condenação de Erinaldo, Rogério e William, que já estão cumprindo parte das penas. O que cria expectativa é o julgamento dos mandantes, que aguardaram em liberdade toda a longa instrução processual, que incluiu inúmeros recursos previstos na legislação brasileira. Desde o crime, Antério Mânica cumpriu dois mandatos à frente da prefeitura de Unaí e já sonha em voltar à política, para assumir, agora, uma cadeira na Assembleia Legislativa de Minas.

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