Politica

Fuga de senador boliviano para o Brasil causa crise no Itamaraty

Ministério das Relações Exteriores apura a participação de diplomata brasileiro na viagem clandestina do senador Roger Pinto, que estava asilado na embaixada do Brasil em La Paz

Luiz Carlos Azedo
postado em 26/08/2013 08:52
Roger Pinto Molina está na casa de um advogado, no Lago Sul: a esposa e a filha do senador estão no Acre
O Ministério das Relações Exteriores (MRE) comunicou, na tarde de ontem, que vai abrir inquérito para apurar as circunstâncias da fuga do senador boliviano Roger Pinto Molina, 53 anos, da embaixada do Brasil em La Paz. O caso foi revelado na edição de ontem da coluna Brasília-DF. O parlamentar, que responde a mais de 20 processos por corrupção e diz ser perseguido por razões políticas pelo governo de Evo Morales, estava asilado na embaixada brasileira havia 445 dias. Ele desembarcou em Brasília na madrugada de ontem. O político boliviano chegou à capital federal num jato particular proveniente de Corumbá (MS). O parlamentar boliviano estava acompanhado do presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Ricardo Ferraço (PMDB-ES).



[SAIBAMAIS]O Itamaraty comunicou que o Encarregado de Negócios do Brasil em La Paz, ministro Eduardo Saboia, será chamado a Brasília para prestar esclarecimentos. O MRE assegurou que tomará todas as medidas administrativas e disciplinares em relação ao caso. Na nota oficial, o Itamaraty ressaltou que só foi informado no sábado que Roger Pinto estava em território brasileiro.

Ao chegar ao Brasil, o senador agradeceu às autoridades brasileiras. Ele saiu da embaixada sem o salvo-conduto do governo boliviano, que é o documento obrigatório para deixar o país. Roger Pinto deixou o local clandestinamente no carro do ministro Eduardo Saboia. O caso pode provocar uma grave crise diplomática entre os dois países. Ontem, a Bolívia confirmou a vinda do senador e o tratou como fugitivo.

O senador Ricardo Ferraço criticou a postura do Itamaraty. ;Se o ministro Eduardo Saboia for punido, será um equívoco. Ele tomou uma iniciativa humanitária, que preserva a autonomia da diplomacia brasileira e os tratados que o Brasil tem assinado de respeito aos direitos humanos. Ele não pode ser punido. Ele tem que ser homenageado;, comentou o parlamentar, em entrevista ao Correio.

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