postado em 26/08/2013 21:53
O Ministério das Relações Exteriores (MRE), Itamaraty, decidiu hoje (26) instaurar uma comissão de sindicância para apurar responsabilidades sobre a retirada do senador boliviano Roger Pinto Molina da Embaixada do Brasil em La Paz. A comissão será formada por três pessoas que serão nomeadas pelo ministério. Ao longo do dia o assunto foi a principal questão abordada em reuniões do então ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e o secretário-geral do Itamaraty, Eduardo dos Santos.O alvo do inquérito é o diplomata Eduardo Paes Saboia, encarregado de negócios na Bolívia (o equivalente a embaixador interino), apontado como principal responsável pela retirada de Pinto Molina da embaixada. Em entrevistas a vários órgãos de imprensa, Saboia disse ter agido por humanidade porque o senador estava deprimido, falava em suicídio e estava com problemas renais.
Por enquanto, a assessoria do Itamaraty não informa os procedimentos legais envolvendo a sindicância, como o tempo que levará nem as punições previstas. Mas pelas regras do ministério, as punições pode ir de uma simples advertência, passando por suspensão temporária até a exoneração da carreira.
O senador boliviano, que é opositor do presidente Evo Morales, ficou abrigado por 15 meses na embaixada brasileira desde que pediu asilo político ao Brasil. O salvo-conduto era negado pelas autoridades bolivianas sob alegação que o parlamentar responde a processos judiciais no país.
Na sexta-feira (23), o parlamentar deixou a embaixada com a ajuda de Eduardo Saboia. O boliviano chegou nesse domingo (25) ao país por Corumbá (MS), onde se encontrou com o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Ricardo Ferraço (PMDB-ES). Os dois voaram em seguida para Brasília.
O embaixador da Bolívia no Brasil, Jerjes Justiniano Talavera, pediu explicações ao Ministério das Relações Exteriores sobre a retirada do senador boliviano da representação diplomática brasileira em La Paz e a viagem dele a Brasília.