Politica

Demandas da população durante os protestos de junho ainda aguardam votação

Enquanto isso, deputados decidem preservar o mandato de Natan Donadon, condenado a 13 anos de cadeia pelo Supremo

Paulo de Tarso Lyra
postado em 01/09/2013 08:00
Enquanto isso, deputados decidem preservar o mandato de Natan Donadon, condenado a 13 anos de cadeia pelo Supremo

Pouco mais de dois meses após as manifestações que sacudiram o país em junho e a menos de uma semana de uma nova passeata nacional, agendada para o próximo dia 7, o Congresso insiste em entregar presentes de grego à população e se fazer de mouco para o clamor dos brasileiros. A manutenção do mandato do deputado presidiário Natan Donadon (sem partido-RO), condenado a 13 anos e quatro meses por peculato e formação de quadrilha, foi a cereja do bolo do período. Os parlamentares prometem, só agora, derrubar o voto secreto nas cassações. Mas não transformaram a corrupção em crime hediondo, enrolam para acabar com o foro privilegiado e nem sequer cogitam analisar o fim da aposentadoria compulsória de magistrados e juízes envolvidos em casos de corrupção.

É verdade que algumas medidas paliativas foram aprovadas, como a derrubada da PEC 37 ; que suprimia poderes de investigação do Ministério Público ; ou o arquivamento, em plenário, do projeto da cura gay, que já tinha sido aprovada na Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Câmara, presidida pelo deputado Marco Feliciano. ;O Senado até tem sido um pouco mais pró-ativo do que a Câmara. Os senadores aprovaram, por exemplo, a necessidade de que os suplentes sejam eleitos e a proibição de que parentes sejam indicados para essa função;, lembrou o presidente do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antonio Augusto de Queiroz, o Toninho do Diap.

Analistas insatisfeitos com a omissão do Congresso, no entanto, não enxergam nessa justificativa de Toninho um pendor mais democrático do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), do que o adotado pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Afirmam que tudo não passa de uma questão de sobrevivência, já que, quando foi eleito para comandar a Casa, Renan enfrentou muitos protestos e até um abaixo-assinado pedindo sua renúncia. ;Ao que me consta, não existem movimentos de pessoas dispostas a acampar na frente da residência oficial de Henrique como ocorreu com Renan;, lembrou um desafeto do peemedebista alagoano.

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