Politica

"Vou deixar de ser médico só quando eu morrer", diz profissional excluído

Após denúncia do Correio, profissional que atuaria em Águas Lindas de Goiás pelo Mais Médicos foi desligado. Carlos Cury é suspeito de mutilar mais de 15 mulheres e de ter causado duas mortes. Ministério e CFM não assumem a responsabilidade pela contratação

postado em 04/09/2013 06:02

Apesar de não ter especialização, Cury realizou cerca de 20 mil cirurgias

O Ministério da Saúde excluiu ontem do programa Mais Médicos o profissional Carlos Jorge Cury Masilla, 56 anos, acusado de mutilar e causar lesões em mais de 15 mulheres em Manaus. Há ainda a suspeita de que ele seja responsável por duas mortes de pacientes na capital amazonense. A decisão foi tomada depois de o Correio Braziliense mostrar que o médico, que também é ex-deputado federal, havia sido selecionado para trabalhar em Águas Lindas de Goiás (GO). Ao apurar as denúncias com os Conselhos Regionais de Medicina (CRMs), o governo federal decidiu invalidar a inscrição de Cury.


Nem o Ministério da Saúde, nem o Conselho Federal de Medicina (CFM) se responsabilizaram pela contratação de Cury. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que cabe ao CFM fiscalizar a integridade ética dos profissionais, enquanto a entidade informou que não foi consultada pelo órgão sobre a idoneidade do médico.

Por causa das acusações de erro médico, Carlos Cury estava com o registro no Conselho Regional de Medicina do Estado do Amazonas (Cremam) interditado desde julho e não poderia exercer a profissão por pelo menos seis meses. De acordo com Alexandre Padilha, o profissional só foi selecionado para o programa porque contava com um registro válido pelo CRM de Rondônia. ;Ele só pôde se inscrever porque ele tem o CRM ativo para exercer a medicina;, afirmou na manhã de ontem. O ministro exigiu explicações oficiais do CFM, que teria mantido o cadastro de Cury ativo. O ministro ressaltou que a entidade é a responsável por acompanhar os registros dos profissionais quando eles estão locados em mais de um estado, como é o caso de Cury. A inscrição do médico no CRM de Rondônia constava como ativa até a manhã de ontem, mas, à noite, as duas apareciam como interditadas cautelarmente.


A matéria completa está disponível , para assinantes. Para assinar, clique .

[VIDEO1]

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação