Politica

Dilma de volta ao centro dos protestos; manifestações preocupam o governo

Depois das vaias no início da Copa das Confederações, a presidente participa novamente de um evento com grande quantidade de público: o desfile da Independência, na Esplanada

Paulo de Tarso Lyra
postado em 07/09/2013 07:10
Na Rodoviária do Plano Piloto, a população parou para ver o pronunciamento de Dilma: presidente deu destaque ao Programa Mais Médicos, uma vitrine eleitoral
Quase três meses depois do início das manifestações que ainda assombram as autoridades brasileiras e das vaias que recebeu no jogo de abertura da Copa das Confederações, em Brasília, a presidente Dilma Rousseff estará novamente em um grande evento público, o desfile em comemoração à Independência do Brasil. De lá para cá, quase nenhum dos pontos anunciados pela presidente Dilma no pacto com governadores e prefeitos, anunciado em 24 de junho, saiu do papel. De efetivo, apenas o Programa Mais Médicos, que se tornou a grande bandeira eleitoral para a corrida presidencial em 2014. As demais propostas se perderem pelo caminho. Embora ainda dê sustos, a inflação mostra sinais de queda, mas a disparada do dólar assustou a equipe econômica. Apesar de tudo, a presidente conseguiu recuperar parte da popularidade derretida pelas passeatas de junho.

Com a expectativa de uma grande mobilização popular hoje, o governo, por precaução, fará uma festa da Independência mais modesta, com 15 minutos a menos de duração, detectores de metais espalhados por toda a Esplanada e a proibição da presença de pessoas mascaradas. Por conta de um acidente que matou dois de seus pilotos em agosto, não haverá apresentação da esquadrilha da fumaça.

O Planalto está cauteloso quanto a hoje. Pesquisas realizadas pela Ipssos Public Affairs que chegaram às mãos de aliados da presidente mostram que 63% dos brasileiros acreditam que as manifestações de rua vão crescer e ganhar força nos próximos dias. Apesar dos confrontos entre os Black Blocs e as forças de segurança, que levaram diversos governadores a reprimir a presença de pessoas com os rostos cobertos, as manifestações de ruas têm aprovação de 88% dos entrevistados.

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