Paulo de Tarso Lyra
postado em 08/09/2013 08:00
O esquema de segurança reforçado e o medo das manifestações marcadas pela internet esvaziaram o Sete de Setembro em Brasília no ano em que o PT comemora 10 anos no poder. A estrutura preparada para comportar 25 mil pessoas recebeu apenas 5 mil, das quais 3 mil eram convidadas do governo federal. O desfile foi mais curto que os dos anos anteriores ; durou apenas uma hora ; e não teve a apresentação da Esquadrilha da Fumaça. Os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), optaram por ficar nos respectivos estados, protegidos das possíveis manifestações de rua. ;Quem não está com medo, não é mesmo?;, confirmou o ministro da Previdência, Garibaldi Alves, primo de Henrique.
Um forte esquema de segurança foi montado em todos os lados da Esplanada dos Ministérios para evitar a presença de manifestantes. Os tapumes de metal que já haviam sido colocados nos últimos dois anos, após um grupo ter tentado invadir o desfile para protestar contra os atos secretos do Senado Federal, aumentaram de extensão neste ano. No palanque presidencial, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, recebia informações atualizadas das manifestações nos estados, principalmente o Rio de Janeiro, onde um grupo de pessoas entrou em confronto com a Polícia Militar ao tentar invadir o desfile na Avenida Presidente Vargas. Em Brasília, houve confrontos entre manifestantes e policiais durante todo o dia, principalmente à tarde, por conta do jogo da Seleção brasileira.
No horário do desfile, havia cerca de 30 manifestantes em frente ao espelho d;água do Congresso Nacional, usando narizes de palhaço, mas Dilma não conseguia visualizar o protesto. Ao passar em revista às tropas, próxima ao Palácio do Planalto, ela deparou-se com uma Esplanada vazia. Foi o primeiro grande evento público do qual participou após as traumáticas vaias na solenidade de abertura da Copa das Confederações, em 15 de junho.
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