postado em 11/09/2013 17:47
O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara aprovou, nesta quarta-feira (11/9), a suspensão do mandato do deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) por 90 dias, pelas acusações de envolvimento com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Foram 13 votos a favor e três contra o parecer do relator, deputado Sérgio Brito (PSD-BA). O relatório precisa ser aprovado pelo plenário da Câmara para que o deputado tenha seu mandato suspenso.
Sérgio Brito defendeu a pena alternativa a ser aplicada ao deputado Leréia com o argumento de que o parlamentar tem ligação de amizade com o contraventor. Ele foi contestado por vários integrantes do colegiado com a referência de que não há nada no Código de Ética Parlamentar que impeça um deputado de manter amizade com um contraventor.
Os deputados que se posicionaram contra o parecer do relator, afirmaram que o próprio Leréia nunca negou a relação de amizade com Cachoeira, e que ele próprio disse no Conselho de Ética ser amigo de Carlinhos Cachoeira há mais de 20 anos. O presidente do colegiado, deputado Ricardo Izar (PSD-SP), chegou a sugerir que eles apresentassem voto em separado. Embora mais da metade dos integrantes do conselho presentes à reunião tenham se manifestaram contra a aplicação da pena de suspensão do mandato, na hora de votar apenas três votaram contra o parecer do relator.
O deputado Sérgio Brito foi indicado como relator do parecer do voto vencedor. Isso porque o Conselho de Ética rejeitou há duas semanas o parecer do deputado Ronaldo Benedet (PMDB-SC), que propunha a cassação do mandato do deputado Leréia.
Um dos três a votar contra o relatório, o deputado Stepan Nercessian (PPS-RJ) fez várias críticas ao processo. Afirmou que era ;inadmissível; o conselho pegar ;cópias de inquéritos incompletos;. Ele reclamou da demora na análise de alguns casos.
Lembrou ser amigo de Cachoeira e que foi alvo de uma representação, já arquivada. ;Pode ser que daqui a cinco, oito anos, o único lugar que tenha condenado o Leréia seja o Conselho de Ética;, criticou.