Andrea Pinheiro
postado em 17/09/2013 19:17
Defendida por setores do PSB, a tese de que o partido deve entregar os cargos ocupados no governo federal ganhou força nos últimos dias e pode se tornar majoritária entre os socialistas. A pressão do Palácio do Planalto, especialmente de parte do PT e do aliado PMDB, pode antecipar a decisão socialista, que pode anunciar na quarta-feira (18/9) a entrega dos cargos. O assunto será debatido na reunião da executiva nacional, convocada em caráter emergencial para esta quarta em Brasília. O sentimento da maioria é de que chegou a hora de o PSB desembarcar do governo.Os socialistas estavam divididos quanto ao período ideal para entregar os cargos. Alguns defendiam que essa saída deveria ser imediata, como o senador Rodrigo Rollemberg, do deputado federal Beto Albuquerque, e do presidente estadual do partido em São Paulo, Márcio França. Outros acreditavam que o melhor momento para entregar os cargos seria no início do próximo ano. Esta era a opinião do governador Eduardo Campos, presidente nacional do PSB.
Há a possibilidade de o partido devolver os cargos, mas não romper com o governo federal. A interlocutores, o pernambucano disse que está trabalhando para manter a aliança em solidariedade ao ex-presidente Lula, de quem é amigo. Atualmente, no primeiro escalão do governo federal, o PSB comanda o Ministério da Integração Nacional, a Secretaria Especial dos Portos. Também detém a presidência da Chesf.
As críticas do governador Eduardo Campos, presidente nacional do PSB, à condução do governo e a aproximação dos socialistas com o PSDB aumentaram a pressão de parte do PT e do PMDB para que a presidente Dilma Rousseff exonere os socialistas do seu governo. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defende que Dilma mantenha a aliança com o PSB o máximo que puder, tentando conter as articulações de Eduardo Campos para se fortalecer como pré-candidato à Presidência da República em 2014. A própria candidatura de Eduardo ainda não obteve unanimidade no PSB.
Oficialmente, a reunião da executiva desta quarta será para fazer um balanço sobre as filiações do partido e uma análise da conjuntura nacional. Pelo menos, foi isso que Eduardo Campos disse em entrevista em Brasília.