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Com Mais Médicos, Padilha se fortalece para fazer frente ao PSDB

%u201CMinha chefe é Dilma. O que ela definir, eu faço%u201D, disse o ministro em entrevista exclusiva ao Correio

postado em 28/09/2013 13:15
%u201CMinha chefe é Dilma. O que ela definir, eu faço%u201D, disse o ministro em entrevista exclusiva ao Correio

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, é o que hoje se pode chamar de ministro especialista em corrida de velocidade. Tem que dar respostas rápidas aos programas governamentais para, num futuro próximo, se assim for a vontade de Dilma Rousseff, se dedicar à missão de interromper 24 anos de governos tucanos em São Paulo. Em entrevista exclusiva ao Correio, ele diz se sentir ;orgulhoso; com a possibilidade levantada por colegas ; em especial, pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ; de ser o candidato do PT. Entretanto, deixa claro quem manda: ;Minha chefe é Dilma. O que ela definir, eu faço;.

Padilha corre para fazer o Programa Mais Médicos surtir efeito em sua medida mais polêmica, que é levar os profissionais formados no exterior aos hospitais e unidades de saúde das cidades mais carentes e das periferias das grandes cidades. Já na próxima semana começa a chegar no Brasil uma nova leva de 2 mil cubanos e de 149 médicos de outros países. A expectativa dele é que o grupo tenha uma boa recepção. ;As entidades de classe aprenderam;, disse em relação à reação de alguns médicos ao desembarque do primeiro grupo de profissionais estrangeiros.

Até quinta-feira passada foram emitidos 182 registros de trabalho pelos conselhos regionais de medicina (CRMs), de um total de 681 pedidos. Segundo o Ministério da Saúde, de 350 autorizações que deveriam ser entregues, 161 foram expedidas no prazo.

Enquanto isso, no Congresso Nacional, o relator da MP que criou o Mais Médicos, deputado Rogério Carvalho (PT-SE), acatou algumas medidas que facilitam o registros desses intercambistas. A corrida de Padilha é no sentido de aprovar a MP até 5 de novembro, prazo final de votação. Consolidar o programa pode ser sua última missão à frente da pasta da Saúde.

Das emendas e sugestões que foram apresentadas à MP do Mais Médicos, qual é aquela que o governo não acata de jeito nenhum?
É o Revalida, porque fere a concepção do projeto que é garantir, dar uma autorização exclusiva para o médico atender o povo mais carente. Quando o médico faz o Revalida, ele está autorizado a atuar em qualquer lugar no Brasil, abrir clínica privada, trabalhar na cidade. Nós estudamos modelos de Portugal, da Austrália e mesmo do Canadá, onde eles criaram programas específicos de atração de médicos para fazer isso.

Como o senhor avalia a atitude de alguns conselhos de medicina, de não conceder registro aos médicos intercambistas?
A atitude é inadmissível. É importante ficar muito claro que vamos até o fim com o Mais Médicos. O que nos move é levar médicos para milhões de brasileiros que não tenham atendimento médico no seu bairro, no seu município, ou a equipes profissionais com enfermeiros, que estão incompletas. Já enfrentamos várias medidas que tinham como intuito apenas postergar, atrasar a chegada de médicos, que foram chamados apenas para ir aos centros de saúde onde não tivemos médicos brasileiros para ir. Se tiver críticas, venha debater, apresente proposta no Congresso. Por exemplo, fomos favoráveis a um conjunto de aprimoramentos feito na MP agora no Congresso.

O relator Rogério Carvalho (PT-SE) acatou parcialmente uma sugestão do deputado federal Mandetta (DEM-MS) em relação ao registro, que sugere que o médico fique registrado no próprio Ministério da Saúde e não nos conselhos. Como seria isso?
Essa medida vem dos deputados reagindo a essa postergação, que tem atrapalhado o início da atuação desses médicos. Se essa for uma saída para acelerar a possibilidade de atuar, poderá ser positiva. E a segurança do atendimento desses profissionais se dá em três ações. Primeiro, pela fiscalização dos conselhos regionais de medicina (CRMs). O que o Ministério da Saúde mais quer é um conselho de medicina atuante na fiscalização aos médicos do programa. Em segundo lugar, a avaliação de três semanas e, em terceiro, o acompanhamento de tutores e supervisores ao longo dos três anos de programa.

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