Politica

Multiplicação de partidos faz o Brasil ganhar quase um partido por ano

Especialistas apontam que o sistema político brasileiro, com fácil acesso ao fundo partidário, favorece a multiplicação de siglas. Desde o início da década de 1980, o país ganhou cerca de uma agremiação por ano, até as 32 atuais, número que pode crescer com a Rede

Paulo de Tarso Lyra
postado em 30/09/2013 06:01
Marina Silva e aliados protocolam criação da Rede no TSE: pedido será analisado pelos ministros na terça-feira

Caso a Rede Sustentabilidade obtenha o registro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o país alcançará a marca de 33 partidos. Isso significa que, desde a redemocratização e o fim do bipartidarismo, em 1979, chega-se à impressionante marca de um partido criado por ano ; sem levar em conta as legendas que foram extintas ou se fundiram para dar origem a outras agremiações políticas. Segundo especialistas, no entanto, esse não é o maior problema. O cerne do desequilíbrio é que essas legendas, caso tenham um único deputado federal, passam a ter direito ao Fundo Partidário, que em 2013 vai distribuir R$ 332 milhões.

Para o cientista político e integrante do Observatório de Democracia Participatica Rudá Ricci, do ponto de vista teorico, não há problemas na criação de vários partidos, desde que eles sejam a representação da vontade dos cidadãos. O problema, para ele, é prático. ;Como existe uma relação promíscua entre Executivo e Legislativo, a política baseia-se unicamente na distribuição de cargos, não no debate programático e ideológico;, afirmou.



Com isso, partidos tradicionais, como o PT e o PMDB, que acumularam uma longa lista de filiados e elegem governadores, prefeitos, vereadores, têm que conviver com partidos nanicos, sem representatividade ou história nenhuma. Rudá lembra que, para alguém se aproximar do centro do poder, pode escolher filiar-se a um desses partidos grandes. ;Mas eles já estão inchados e impedem que novas lideranças se destaquem. Então, a saída é criar o seu próprio partido para disputar espaço no jogo do poder;, completou o cientista político.

Clique e amplie o gráfico

A matéria completa está disponível para assinantes. Para assinar, clique .

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação