Paulo de Tarso Lyra
postado em 01/10/2013 21:47
Após uma palestra em Fortaleza, Ciro Gomes, recém-desfiliado do PSB por discordar da candidatura Eduardo Campos à presidência em 2014, afirmou nesta terça-feira (01/10) que, apesar dos problemas na economia brasileira, a presidente Dilma ainda é franca favorita pela debilidade dos adversários. Para ele, o governador de Pernambuco não tem uma proposta alternativa às dificuldades vividas pelo país, principalmente porque, como aliado, contribuiu com o governo federal nos últimos 10 anos. "Ele não vai conseguir demonstrar nunca que o oportunismo dele de resolver vir pelas costas da gente agora, na véspera das eleições, dá coerência para ele ser crítico disso tudo", afirmou Ciro.
Para o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), Ciro, mais uma vez, mostrou que está desequilibrado. "Ele não aceita as coisas porque queria estar no lugar em que o Eduardo está hoje. Mas ele não teve a capacidade de unificar as pessoas e o partido. Preferiu continuar fazendo política de forma velha, individualista", atacou Rollemberg.
A briga dos irmãos Gomes com o PSB, contudo, tem rendido mais dividendos do que dores de cabeça para eles. No Ceará, o PT vai fechar um acordo com os ex-socialistas para a disputa do governo local. "A presidente Dilma ganhou o apoio do governo Cid Gomes e haverá uma contrapartida para isso", declarou o líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE). O próprio Guimarães deve ser o candidato ao Senado, enquanto o PT apoiaria o nome do atual ministro dos Portos, Leônidas Cristino, para o governo cearense.
O movimento isola o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira. "Será? A Luizianne Lins (ex-prefeita de Fortaleza) não apoia ninguém que esteja ao lado de Cid", desdenhou. Os peemedebistas, no entanto, já vislumbram como possibilidade uma aliança com os tucanos. O presidente do Instituto Teotônio Vilela, Tasso Jereissatti, lidera com folga a disputa pelo Senado em 2014.